*Idosos que já se vacinaram a meses e crianças que não estão na faixa etária beneficiada pela campanha de imunização contra a Covid-19, podem ser as mais prejudicadas pelas aglomerações registradas

Como era de se esperar, neste Carnaval inúmeras aglomerações aconteceram, como por exemplo, no Distrito do Pontalete em Três Pontas. Isto se deve a vários fatores. O professor de Epidemiologia Sinézio Inácio da Silva Júnior, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG, reconhece que a população de fato já está muito cansada e com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19.

Este ano, apesar de não haver festas organizadas pelas prefeituras, depois de um grande período de chuvas, o Carnaval coincidiu com um período de sol e muito calor. É fato que a pandemia está voltando a entrar no controle, no entanto, o número de novos casos por dia, ainda é muito alto. Para se ter ideia, do fim de dezembro quando iniciou a escalada da variante da ômicron, o Sul de Minas registrava menos de 100 novos casos por dia. Atualmente este número é de quase 3 mil novos casos por dia. Felizmente, estes casos não tem representado grande número de internações e de mortes em relação a proporção de casos como antes. Isto porque, a variante ômicron é um pouco menos agressiva e as vacinas tem protegido muito a população.

É justamente por dois aspectos que a situação pode não ficar como antes. Graças a vacinação, que ainda é contestada por muitas pessoas e o contágio da variante que é menos agressiva. “Vamos esperar que o número de casos a mais que certamente será registrados por causa do Carnaval, não resulte em um grande número de novas internações e de óbitos”, destacou o professor.

Ele faz um alerta que o reflexo disso, pode atingir as pessoas mais velhas e as crianças que ainda não estão sendo alvos da imunização. Não obrigatoriamente, o risco é para as pessoas que participaram destas aglomerações, que são a maioria jovens, mas se coloca em risco, os idosos, que já tomou a terceira dose, ou dose de reforço com um acúmulo de quatro meses ou mais e a proteção cai. Além de que o vírus pode chegar nas crianças. Entre a faixa etária que está beneficiada com a campanha, entre 5 e 11 anos, é apenas 40% delas que tomaram a primeira dose. E mais grave ainda, naquelas que tem menos de 5 anos, que não estão protegidas.

“Precisamos ter um cuidado com estes mais vulneráveis e ficarmos em alerta. As aglomerações observadas em Três Pontas e no país inteiro pode trazer risco a esta parcela da população”, justifica.

De acordo com professor Sinézio Júnior, se o contágio chega nos menos protegidos, as internações e mortes podem aumentar entre estes grupos. Se falando em números, podem não significar muito no total, mas representa muito às famílias atingidas. Ele termina complementando que a pandemia é um problema coletivo, e é coletivamente que juntos será resolvida, embora estejam todos cansados.

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