
Em homenagem a São João Batista, a tradicional Festa da Fogueira é realizada em Ingaí, no Sul de Minas Gerais. A celebração teve origem após um incêndio quase destruir a Igreja Matriz da cidade. Este ano, a queima da fogueira, com 34 metros de altura, ocorreu no domingo (23) e atraiu muitos visitantes.
Registrada desde 2009 como um bem cultural no Patrimônio Municipal de Ingaí, a Festa da Fogueira é um evento de grande importância cultural e religiosa. De acordo com a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, o evento atrai visitantes de todo o país, sendo uma tradicional homenagem ao Santo Padroeiro.
A programação do evento inclui missas, procissões, apresentações musicais e um show pirotécnico. A praça de alimentação oferece uma variedade de pratos da culinária regional e comidas típicas do mês de junho, agradando a todos os paladares.
Segundo a prefeitura, a construção da fogueira gigante é um trabalho cuidadoso, onde os esteios são fincados e amarrados “tora por tora, lenha por lenha” até ser erguida com total segurança.
Durante a festa, antes de ser acesa, a fogueira é abençoada. Após a bênção, um espetáculo de fogos de artifício inicia a celebração, seguido pelo grande momento em que a estrutura é tomada pelo fogo.
A construção da fogueira é feita de forma artesanal e, tradicionalmente, a queima acontece na noite de 23 de junho. A origem dessa tradição remonta a 1931, quando uma descarga elétrica destruiu quase completamente a antiga capela de Ingaí. Vinícius Ferreira Batista, professor local, conta a história:
“Numa chuvosa tarde de verão do ano de 1931, uma descarga elétrica caiu na igreja do então povoado de Ingaí, destruindo-a quase que completamente. Daquela pequena capela de madeira, restou apenas uma tábua com a pintura da imagem do padroeiro São Sebastião”, relembra o professor.
Os moradores rezaram um terço e chamaram o responsável pela capela, que chegou no dia seguinte à vila. Admirado pela resistência dos tijolos e pela gravidade do incidente, o padre louvou a Deus por não ter havido vítimas.
Em 1932, os moradores fizeram a promessa de queimar uma fogueira na noite de 23 para 24 de junho, em honra a São João Batista. A Festa da Fogueira se tornou ainda mais marcante em 1950, com a inauguração da nova Matriz, construída após a demolição das ruínas da antiga capela.
“É a fé do povo e a tradição da fogueira, que nasceu em meio a uma tempestade, que segue sendo cumprida e seguirá, brilhando nas noites e na vida de cada ingaiense ou devoto que é também parte viva dessa devoção”, conclui o professor.
