A produção mundial de café pode ser afetada pelos efeitos do El Niño, um fenômeno climático que pode ocorrer no terceiro trimestre deste ano. O El Niño é um fenômeno que ocorre quando as águas do Pacífico ficam mais quentes, alterando os padrões climáticos em todo o mundo. Países tropicais, como o Brasil e o Vietnã, são especialmente afetados, já que são os dois maiores produtores de café do mundo. No Brasil, por exemplo, o El Niño tende a causar mais chuvas na região sudeste, que é a maior produtora de café do país. No entanto, o excesso de água pode sobrecarregar a capacidade do solo em reter água, o que pode resultar em inundações nas plantações e floração irregular. Isso pode levar a cerejas de café que não amadurecem uniformemente, o que é associado a lotes de qualidade inferior.

O mercado de café arábica está em recuperação desde o final de agosto, após atingir uma mínima de sete meses. Essa recuperação está relacionada às preocupações com o fenômeno climático El Niño, que pode trazer condições meteorológicas adversas, como temperaturas elevadas e chuvas irregulares, afetando países produtores, como o Brasil e a Colômbia. Um levantamento internacional da agência Reuters mostrou que o preço da variedade de café robusta saltou para o maior valor em 15 anos nesta semana. Além do café, outros produtos como banana, cana de açúcar e cacau, também tiveram aumento de preço devido à redução na oferta e preocupações com a produção futura.

O La Niña já afetou o clima e a produção de café em vários países por três anos consecutivos. O NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) divulgou uma previsão que indica uma probabilidade acima de 80% da ocorrência do fenômeno a partir do trimestre junho/julho/agosto (JJA), com os modelos preditivos indicando que o fenômeno deverá ser de intensidade moderada. O estudo apresenta os possíveis impactos na produção de café nos principais produtores mundiais da commodity.

Reprodução da internet

No caso do Brasil, historicamente, o fenômeno climático traz chuvas para o sul do país, o que potencialmente cobriria regiões sul do cinturão de café e um clima mais quente para parte do cinturão cafeeiro no sudeste e nordeste brasileiro. O El Niño ocorreu pela última vez entre 2014 e 2016, com o fenômeno atingindo intensidade forte em 2015 e no início de 2016. Naquela ocasião, a produção brasileira para o tipo canéfora caiu de 17 milhões de sacas, em 2014/15, para 13,3 milhões, em 2015/16 (-21,8%), e para 10,5 milhões, em 2016/17 (-21,1%). No entanto, caso o fenômeno se confirme, os impactos sobre as regiões produtoras de canéfora poderiam ser diferentes, tendo em vista que houve um grande investimento em reservatórios hídricos e em sistemas de irrigação mais eficientes após a forte seca de 2016.

Para a produção de café arábica, a chegada do El Niño pode atuar de forma favorável à produção da espécie, já que o fenômeno não está associado ao atraso das chuvas no cinturão cafeeiro. Atualmente, o El Niño está ativo, e a última atualização sugere um fenômeno mais forte em 2023, atingindo intensidade máxima entre setembro, outubro e novembro, períodos-chave para a floração e desenvolvimento dos frutos no Brasil. É importante acompanhar o clima nos próximos meses, já que a previsão de longo prazo é volátil, mas serve como um guia para as expectativas do mercado.

A possibilidade de um El Niño forte a partir do trimestre SON (setembro, outubro e novembro) tem gerado preocupações para o mercado do café. Esse fenômeno climático pode trazer temperaturas elevadas e chuvas irregulares para o Brasil e a Colômbia, dois grandes produtores de café arábica. A falta de chuvas contínuas pode afetar o florescimento das plantas, comprometendo a próxima safra, que está programada para começar em maio. A Colômbia, que é a segunda maior produtora de café arábica, também está preocupada com a diminuição das chuvas. A imprevisibilidade das condições climáticas extremas representa uma ameaça para a saúde das plantações de café nessas regiões produtoras. É importante acompanhar de perto os efeitos do El Niño no mercado do café nos próximos meses.

É importante estar atento às condições climáticas e seus possíveis impactos na produção de café e em outros produtos agrícolas. Os produtores precisam estar preparados para lidar com essas questões e garantir a qualidade de seus produtos. Já os consumidores podem esperar por preços mais altos no mercado, mas podem optar por apoiar produtores locais e sustentáveis para garantir a qualidade e a segurança alimentar

Fontes: hEDGEpoint Global Markets – Agrolink – Gizmodo.uol

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