A 27ª edição da Expocafé, reconhecida como a mais tradicional feira de cafeicultura no Brasil, começou no dia 4 de junho e termina nesta quinta-feira. O evento, que ocorre anualmente, é uma vitrine para a difusão de tecnologias no setor cafeeiro, atraindo cafeicultores, representantes da indústria e visitantes de diversas partes do país. Com uma ampla exposição de máquinas, equipamentos e insumos para a cafeicultura, a Expocafé é um ponto de referência nas discussões sobre manejo e mercado de café.

Desde sua fundação em 1998, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) tem sido uma parceira fundamental na realização da feira, trazendo inovações tecnológicas essenciais para o desenvolvimento da cafeicultura. Este ano, a Expocafé contou com o Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira, em parceria com a UFLA, realizado no primeiro dia do evento. O simpósio é uma oportunidade para que entusiastas e profissionais da área tenham acesso às mais recentes tecnologias e inovações no mercado.

Professor Fábio Moreira, da UFLA (Universidade Federal de Lavras)

Em uma entrevista exclusiva com a Equipe Positiva, o professor Fábio Moreira, da UFLA, compartilhou suas impressões sobre a edição deste ano da Expocafé e destacou a importância da mecanização agrícola frente à crescente escassez de mão de obra no campo.

Entrevista com o Professor Fábio Moreira

Equipe Positiva: Bom dia, professor. Participando ontem da abertura da Expocafé, vimos muita participação. Qual é a importância da presença contínua da UFLA na organização da Expocafé?

Professor Fábio: A UFLA sempre foi uma parceira fundamental da feira. Desde 1998, nossa participação tem sido muito ativa, trazendo principalmente as inovações tecnológicas para a cafeicultura.

Equipe Positiva: Como o senhor avalia a realização da Expocafé na área urbana do município, considerando que antes era feita na zona rural?

Professor Fábio: Olha, é até surpreendente. A disposição ao longo da pista do aeroporto foi muito prática. Não vimos filas na entrada de veículos ou pessoas, e a logística está excelente. Temos um recorde de 150 expositores este ano, o que mostra o crescimento e a importância da feira.

Equipe Positiva: A mecanização tem sido um tema central desde o início da Expocafé. Qual é a sua visão sobre a importância da mecanização para diferentes tamanhos de propriedades agrícolas?

Professor Fábio: Desde 1997, quando começamos com as pesquisas em colheitas semi-mecanizadas e máquinas portáteis, já notávamos a falta de mão de obra na região. Hoje, encontrar operadores de colhedoras é um desafio, mesmo com salários atrativos. As máquinas evoluíram, estão mais autônomas, mas nunca dispensarão um operador. Precisamos de operadores bem treinados para a mecanização ser eficaz.

Equipe Positiva: A Expocafé aborda temas importantes como a mecanização. Qual é a relevância desses temas para o evento?

Professor Fábio: Esses temas são de extrema importância! A mecanização é a espinha dorsal da feira e continuará a ser, pois é o carro forte da Expocafé.

A feira também trouxe à tona a questão da acessibilidade da mecanização para diferentes tamanhos de propriedades. Se, no passado, a mecanização era vista como uma opção apenas para grandes produtores, hoje é reconhecida como uma necessidade para propriedades de todos os portes. As inovações em maquinário agrícola tornaram-se mais acessíveis e adaptáveis às necessidades de pequenos e médios produtores, garantindo que todos possam se beneficiar das tecnologias disponíveis.

Além das palestras e exposições, a Expocafé 2024 ofereceu um espaço para a troca de experiências e networking entre os participantes. A presença de representantes da indústria, pesquisadores, técnicos e produtores criou um ambiente propício para o desenvolvimento de parcerias e a disseminação de conhecimento.

A Expocafé 2024 reafirma seu papel essencial na difusão de tecnologias e inovações para a cafeicultura, enfrentando desafios como a falta de mão de obra no campo com soluções tecnológicas e mecanização. A UFLA, com sua tradição e expertise, continua a ser uma peça-chave nesse processo, garantindo que o setor cafeeiro brasileiro se mantenha competitivo e sustentável.

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