
* Em primeira instância, Prefeitura conseguiu na Justiça ter de volta no patrimônio, terreno e estrutura construída pela Biosep. Empresa ainda pode recorrer da decisão

A Prefeitura de Três Pontas conseguiu a reversão do imóvel doado para a Biosep para o patrimônio do Município. A decisão judicial assinada pela juíza de Direito da 2ª Vara da Comarca Aline Cristina Modesto da Silva foi assinada em 05 de agosto.
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A empresa Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda aportou na Cidade em dezembro de 2007, quando foi beneficiada com a doação de uma área de mais de 14 hectares. Na época, o prefeito era Paulo Luis Rabello (PPS) que cumpria seu primeiro mandato. Foi ele quem enviou à Câmara, a lei que foi aprovada pelos vereadores que adquiriu a área da Associação dos Ex-Empregados da Usina Boa Vista por R$312.526,21. Ela tinha como obrigação construir o complexo industrial em 12 meses, gerar no mínimo 90 empregos diretos e 500 indiretos, obter faturamento mensal de no mínimo R$2 milhões e manter as atividades por no mínimo 10 anos.
A indústria começou a funcionar quando Paulo Luis ainda era prefeito, mas não chegou a inaugurar o empreendimento. Prova disso, é que na placa inaugural, de 02 de julho de 2010, consta o nome da prefeita que o sucedeu Luciana Ferreira Mendonça, do secretário de Indústria e Comércio da época, o vereador Paulo Vitor da Silva e dos diretores José Bernardo Medeiros Filho e Afafe Zakka. No seu auge, chegou a empregar 60 pessoas, mas em 2011 a empresa já havia paralisado suas atividades.
* Vistoria no prédio foi realizada na tarde de sexta-feira
Já estava estipulado na lei, que todas as benfeitorias feitas no imóvel voltariam ao patrimônio público municipal, caso a empresa não cumprisse as exigências. E foi justamente o aconteceu.
De acordo com o procurador geral do Município Leiner Marcheti Pereira (foto), somente em 2013, quando Paulo Luis voltou à Prefeitura no seu segundo mandato, é que o Município entrou na Justiça com uma Ação Revocatória de doação contra a Biosep, visando o retorno ao patrimônio público doado através da lei, 2.857 de 2007, por não ter cumprido os encargos exigidos.
O município doou na época o terreno, e a construção foi custeada por investidores e um financiamento foi feito no Banco do Brasil, dando o imóvel como garantia, o que era proibido. O processo se arrastou por mais de dois anos na Justiça que determinou em primeira instância na semana passada que o terreno e o imóvel, que está com sua estrutura toda deteriorada retornem ao patrimônio.
Por enquanto, a Prefeitura faz a vigilância do local. Para o procurador, é temerário por enquanto investir no prédio, pois a empresa ainda pode recorrer da decisão no Tribunal de Justiça e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que a sentença que não transitou em julgado.
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Empresa era promessa de diversificação de monocultura

A Biosep iniciou suas atividades e sua implantação gerou expectativa na população e mobilizou produtores rurais. A cidade que tem a vocação e na sua economia a produção de café, ganhou uma campanha incentivando cafeicultores a produzirem girassol, para fornecer à empresa para a produção do biodiesel. Enquanto isto, a matéria prima estava sendo buscada na região do Triângulo Mineiro, e os diretores da mais nova indústria trespontana buscavam a conscientização dos produtores do sul de Minas e principalmente de Três Pontas para plantarem o girassol. Chegou a ofereceu gratuitamente assistência técnica e apoio aos produtores interessados em ingressar nesta monocultura. A promessa de que se manteria em expansão foi demonstrada quando fechou contrato com a Petrobrás e forneceu 2,5 milhões de litros do combustível para a estatal. A Biosep chegou a anunciar em reportagem da Equipe Positiva, que se preparava para esmagar o amendoim e o algodão ampliando a sua área de atuação, mas isto não chegou a acontecer.
Corpo de Bombeiros faz vistoria
O prédio onde funcionava a Biosep que fica ao lado do Centro de Eventos Wagner Tiso tinha um guarda, mas a depredação no imóvel foi gigantesca. Portas, janelas e a estrutura elétrica foram arrancadas e furtadas. Materiais usados no laboratório estavam jogados por toda a parte. Muitos vidros e recipientes deixados pela empresa ainda restaram nas prateleiras.
Com a decisão, a Justiça acionou o Corpo de Bombeiros de Varginha para fazer uma vistoria no imóvel, realizada na última sexta-feira (07). De acordo com o Tenente Gabriel Vieira, havia a suspeita do vazamento de produtos químicos que pudesse oferecer algum risco a funcionário da Prefeitura e da própria Justiça. De acordo com o bombeiro, as estruturas estão todas vazias e os galões de ácido fosfórico que estão no prédio estão todos vedados. O vazamento é de apenas óleos vegetal e mineral, porém, contido dentro do planejamento de vazamento que é exigência de toda empresa deste tipo, através de uma norma federal. “Portanto, não há nenhum perigo de trabalho”, afirmou Gabriel Vieira.

Este imóvel nos poderá ser útil para futuras empresas beneficiando a todos os trespontanos .
Parabéns ao senhor prefeito pelo trabalho de ir em busca do que nos pertence.
sera que tem,alguma empresa de olho,para dar trabalho aos nossos Trêspontanos,
Engraçado foi a descrição da foto, “…a todo vapor”. Uma estrutura deste tamanho pra 60 empregos? Essa Biosep vai ficar na histório do não entedimento.
Cabe a justiça agora fazer com os ex funcionários recebam os seus direitos que já vai para cinco anos e nada. A IMPRENSA poderia investigar isso também.