

A situação é quase sempre a mesma: o período de chuvas mais intensas, as altas temperaturas e a água armazenada em objetos – possíveis criadouros – presentes no ambiente contribuem para proliferação do mosquito Aedes aegypti e a transmissão das arboviroses urbanas (Dengue, Zika e Chikungunya).
O Levantamento Rápido de Índices (LIRA) realizado na segunda semana de
novembro de 2023 mostra um índice de infestação predial de 5,5% considerado de alto risco para a transmissão das doenças: Dengue, Zika e Chikungunya, sendo encontrados focos do mosquito em 23 dos 73 bairros do município.
O LIRA realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Três Pontas/Vigilância Ambiental, periodicamente, é uma ferramenta que consiste em um método simplificado para obtenção rápida de indicadores entomológicos, permitindo o conhecimento da distribuição do vetor Aedes aegypti. Esses dados são essenciais para otimizar e direcionar as ações de controle do vetor, delimitar áreas de risco entomológico, avaliar metodologias de controle e contribuir para atividades de comunicação e mobilização social.

No último levantamento, segundo a Bióloga, Especialista em Vigilância em Saúde Ambiental, da Secretaria Municipal de três Pontas, Sebastiana Aparecida da Silva, os focos do mosquito foram encontrados em objetos (criadouros) dentro das residências e quintais como: ralinhos em pisos, vasos de plantas, garrafas plásticas, tambores, piscinas
dentre outros. Ou seja, mais de 90% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nas residências. Os bairros com maior número de focos foram: Jardim Boa Vista, São Judas Tadeu, Aristides Vieira, Francisco Vieira Campos, Alcides Mesquita, Santa Edwirges, São José, Ponte Alta I, Botafogo, Conjunto Cohab Ouro Verde. Quanto ao número de casos de dengue no segundo semestre foram confirmados três casos. “É fundamental que a população esteja consciente do seu papel na prevenção dessas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, ressaltou a bióloga.
Durante as visitas domiciliares, os agentes de endemias, vem encontrando muitas casas fechadas. Muitos casos são de trabalhadores que passam o dia todo fora no trabalho mas tem aqueles também que não recebem o agente. “A população precisa estar atenta às visitas dos agentes de endemias pois, esses profissionais orientam sobre os cuidados para eliminação dos criadouros e da proliferação do mosquito”, acrescentou. A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, ralinhos de chão, calhas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e casca de ovo. Além disso manutenção de terrenos limpos e sem lixo.

Em 2023, a Prefeitura investiu muito nas ações de prevenção das arboviroses urbanas. A equipe de trabalho está completa com 25 agentes de combate de endemias. O município é dividido em áreas e cada um dos agentes é responsável por uma área contendo mil imóveis a qual recebe toda assistência do agente. Além das visitas domiciliares, da realização de UBVs (fumacês) nos casos notificados, da capacitação de professores da rede municipal e das ações educativas realizadas pelas escolas, foram realizados mutirões de limpeza o ano todo.
Todos os bairros receberam o serviço, inclusive os distritos do Pontalete e do Quilombo Nossa Senhora do Rosário. Neles foram recolhidos todo tipo de materiais inservíveis presentes nas residências e que podem servir de criadouros para o mosquito da dengue. Foram recolhidos das residências e terrenos baldios mais de 180 caminhões de materiais inservíveis e criadouros do Aedes aegypti.
É importante mostrar à população também que o município investiu muito na prevenção. “Por mais que a Prefeitura faça, se cada morador não fizer a sua parte, o mosquito vai reproduzir e principalmente neste período que as chuvas estão começando”. O período crítico de casos de dengue começa em outubro e vai até abril por causa do período chuvoso e das altas temperaturas que contribuem com o aumento da proliferação do mosquito.
É responsabilidade de cada cidadão cuidar de suas residências e quintais e de não jogar lixo em terrenos baldios. É preciso pensar no coletivo, ou seja, preservar o bem estar e a saúde de todos.
