Nepomuceno, MG – Três mulheres foram presas pela Polícia Civil em Nepomuceno, suspeitas de serem responsáveis por um site que disseminava notícias falsas. As publicações teriam levado ao trágico desfecho da morte de uma jovem em Lavras, que tirou a própria vida após ler os conteúdos publicados sobre ela em uma página nas redes sociais.

De acordo com a Polícia Civil, os mandados de prisão foram expedidos pela justiça na última terça-feira (30) e cumpridos com sucesso na quarta-feira (31). Durante a operação, os celulares das suspeitas foram apreendidos, juntamente com outros dispositivos eletrônicos, fornecendo às autoridades o acesso necessário para continuar as investigações.

As investigações sobre o caso começaram em janeiro deste ano. Segundo a polícia, na semana passada, uma jovem de Lavras cometeu suicídio após ler notícias e comentários a respeito dela na página administrada pelas suspeitas. As três mulheres confessaram ser as proprietárias da página na rede social, admitindo que recebiam e publicavam mensagens, muitas vezes anônimas, sem verificar a veracidade das informações. Elas afirmaram não se lembrar de nenhuma publicação recente que pudesse estar relacionada diretamente com a jovem que se suicidou, embora uma delas tenha mencionado algumas publicações antigas sobre a mesma.

“Acho que a investigação vai ser concluída com sucesso. Conseguimos apreender os aparelhos celulares das proprietárias das páginas, todo o conteúdo que precisamos está ali. Temos acesso à página, então acredito que a investigação será concluída em breve”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Dr. Bruno Sander.

A página em questão tinha cerca de 8 mil seguidores, destacando a responsabilidade não apenas das administradoras, mas também dos usuários que enviavam conteúdos para serem publicados. “As pessoas têm que colocar a mão na consciência e pensar. A culpa não é só das três donas da página, mas também das pessoas que seguiam e que mandavam mensagens para serem publicadas”, acrescentou o delegado.

As autoridades alertam para a gravidade da disseminação de notícias falsas e seus possíveis desdobramentos. De acordo com o Código Penal Brasileiro, a divulgação de fake news que resulta em danos significativos pode ser enquadrada em crimes de calúnia, difamação e até mesmo homicídio culposo, dependendo da circunstância e da gravidade do caso. As penas para esses crimes variam de seis meses a três anos de detenção, além de multa, podendo ser aumentadas se houver consequências graves, como no caso em questão.

As investigações continuam para concluir o inquérito e determinar todas as circunstâncias envolvidas neste trágico episódio.

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