Por Mariana Tiso, para Equipe Positiva 

A Equipe Positiva está no Fórum Dr. Carvalho de Mendonça, em Três Pontas, acompanhando os primeiros momentos da sessão que poderia dar início ao julgamento do caso Tais Carolino, ocorrido há 15 anos e que ainda mobiliza a cidade.

Na manhã desta quinta-feira (07), o clima foi marcado por forte tensão entre o juiz responsável pelo caso e o advogado de defesa do réu, Dalton Braga. A discussão teve início após o defensor alegar falta de acesso a documentos relacionados a uma medida cautelar que tramita paralelamente ao processo principal.

Réu chegando no fórum na manhã desta quinta-feira, dia 07 de agosto

O advogado solicitou o adiamento da sessão, argumentando que não teve acesso completo à cautelar — que contém informações como decisões anteriores, medidas restritivas e fundamentos da prisão preventiva. O juiz, no entanto, ofereceu cópias e destacou que, além disso, o conteúdo da cautelar não era essencial para que o julgamento acontecesse, considerando o pedido uma tentativa indevida de adiar a sessão.

Ainda foi oferecido ao advogado um prazo de 30 minutos para leitura do material, o que foi recusado sob a justificativa de que seriam necessárias ao menos 24 horas. O magistrado ressaltou que a nomeação do novo defensor havia sido feita pelo próprio réu e que, portanto, a defesa assumiu o caso com pleno conhecimento das condições do processo.

Diante da negativa do pedido de adiamento, o advogado Dalton Braga abandonou a defesa no plenário, deixando o réu momentaneamente sem representação. A atitude foi interpretada pelo juiz como parte de uma sequência de manobras protelatórias, o que levou à decretação da prisão preventiva do réu, que segue sob custódia.

Com a ausência de defesa, o juiz suspendeu o júri desta quinta-feira e determinou que a sessão aconteça amanhã, sexta-feira (08).

A Equipe Positiva seguirá acompanhando o caso e voltará com mais informações sobre o próximo julgamento assim que forem divulgadas.

Cartaz da vítima do crime, Tais Alves Carolino

Relembre o crime

O acusado será julgado por um crime que chocou Três Pontas e toda a região. Em 12 de fevereiro de 2010, Tais Alves Carolino, de apenas 16 anos, foi brutalmente assassinada. Ela estava grávida do acusado, que, segundo o Ministério Público, planejou sua morte por se recusar a assumir a paternidade do bebê.

Tais foi atraída para uma emboscada com a ajuda de uma amiga e do irmão do acusado — ambos menores de idade na época. A jovem acreditava que teria um simples encontro, mas foi levada para um local isolado às margens do Ribeirão da Espera, onde sofreu agressões por cerca de 20 minutos.

Com requintes de crueldade, foi golpeada diversas vezes com um espeto de madeira, inclusive em regiões sensíveis do corpo. Ainda viva, foi perfurada repetidamente e depois jogada no ribeirão. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, em avançado estado de decomposição.

Segundo a denúncia, o acusado teria prometido R$ 500 às cúmplices pelo plano macabro — R$ 300 para atrair a vítima e R$ 200 para ajudar na execução. O crime ganhou repercussão regional e se tornou símbolo da brutalidade contra adolescentes e mulheres.

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