PARA VER MELHOR AS FOTOS, CLIQUE PARA ABRIR
Abençoada e iluminada, não apenas pelas velas que os devotos carregaram durante o trajeto, mas sim pela emoção durante todo o trajeto da primeira procissão com a imagem e a pequena relíquia do Beato Padre Victor, ambas introduzidas na Igreja Matriz Nossa Senhora D’Ajuda na noite deste domingo (15), em Três Pontas. A saída foi do Carmelo São José. Foi lá, com as irmãs que tudo começou, antes mesmo da formação e criação da Associação Padre Victor. Do jardim do mosteiro elas acompanhavam tudo em clima de satisfação.
Dom Diamantino Prata de Carvalho, o bispo da Diocese da Campanha abençoou a imagem colocada para veneração, que estava em um andor, em cima de um caminhão, todo enfeitado com flores, rosas e brancas. Bandeiras da Diocese, da Paróquia, do Brasil, de Minas e de Três Pontas também seguiram, sendo erguidas por leigos. No meio do povo, o guardião da relíquia, padre Vânis Vieira da Cunha, que durante anos se dedicou à Paróquia Nossa Senhora Aparecida conduzia com admiração dos fiéis ao de mais precioso. Atrás do veículo que transportou a nova imagem, a Corporação Musical Luiz Antônio Ribeiro, comandada pelo maestro Wander Scalioni. Tocando em todo o aniversário de sua morte, em 23 de setembro, hoje foi o dia de homenageá-lo na sua procissão.
Na frente da multidão, uma cruz e um sino, que repicou até a chegada na Igreja. Os moradores da Avenida Ipiranga, da Rua Cônego José Maria e por onde a procissão passou, enfeitaram as fachadas das casas com as cores amarela e branca.
Cânticos e orações durante o trajeto, emocionou quem caminhava e aqueles que das janelas, da garagem ou da porta de casa, via pela primeira vez a imagem do mais novo Beato, o primeiro negro e ex-escravo do Brasil, um dia depois da Igreja Católica celebrar oficialmente a elevação de Francisco de Paula Victor, o sacerdote diocesano que viveu entre 1827 e 1905.
Quando a multidão chegou na Matriz d’Ajuda, a Igreja já estava cheia e muita gente estava do lado de fora. Com câmeras e celulares, registraram os últimos momentos históricos da beatificação do campanhense-trespontano. Tinha gente de outras localidades, mas predominou a presença trespontana, que esperava por este momento 22 anos.
Dom Diamantino e os padres visitantes encerraram a caminhada na Praça Cônego Victor e já era 20h20 minutos. As chamas das velas, coloriram a noite que foi das mais especiais.
Assim como durante todo o dia, o altar de Padre Victor foi muito visitado. Mesmo durante a celebração solene, a fila formada na porta lateral não parava de crescer, mas não houve tumulto. Teve gente que não conseguiu entrar na Matriz e acompanhou a missa do lado de fora, que foi transmitida aos vivo pelos telões que também mostraram a beatificação no Aeródromo Municipal Leda Mello, na tarde deste sábado (15).
Dom Diamantino agradeceu sem distinção a todos aqueles que contribuíram, inclusive financeiramente para que as despesas com a cerimônia fosse arcadas. “Foi tanta gente trabalhando em várias frentes, que fez do evento histórico um sucesso, com a simplicidade que Padre Victor viveu”, afirmou o bispo. Governo de Minas Gerais, Prefeitura Municipal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Brigadistas, equipes médicas e de enfermagem, órgãos e instituições, a Associação Padre Victor e os cinco padres que hoje conduzem as paróquias de Três Pontas foram referenciados na conclusão da celebração eucarística.
No fim da missa, outro momento bonito e que concluiu todos os procedimentos que determina a Igreja Católica. A imagem foi colocada no nicho, ao lado da porta principal e de frente a Nhá Chica, junto com a pequena relíquia.
Com os aplausos calorosos, a imagem foi erguida e está a disposição na Matriz para veneração.
A procissão foi tão bonita que Dom Diamantino autorizou a partir de agora, a todos os anos, na véspera do Dia da Festa de Padre Victor, dia 22 de setembro, a Paróquia a realizar a procissão luminosa saindo do Carmelo São José, aconteça no último horário da novena, as 19 horas.