#Espaço ganhou 22 novos equipamentos doados pelo Sicoob Copersul e vai atender ao Programa Jovens Talentos, que qualifica jovens de 15 a 18 anos para atender as demandas do mercado de trabalho
A sala de informática do Caic, inaugurada em 2002, está novinha. O espaço foi completamente revitalizado. Além da melhoria do espaço físico, a Prefeitura fez toda a troca de mobiliário e adquiriu 22 novas máquinas de última geração. Como tem sido a tônica da atual Administração, de agregar empresas e instituições da iniciativa privada. A nova realidade é graças a grandes parceiros que a gestão faz questão de enfatizar.
Na tarde desta quarta-feira (14), o espaço foi reinaugurado na Escola Municipal Professora Nilda Rabello Reis, o Caic, que além de servir à comunidade escolar, vai também preparar jovens que buscam ter qualificação para entrar no mercado de trabalho e não esbarrar no que tem sido crucial no comércio e indústria – a falta de conhecimento para ocupar uma vaga de trabalho disponível. Nesta sala criada com o nome do comerciante Moacyr Pieve Miranda, serão ministrados cursos nas áreas de informática e TI, do Programa Jovens.
O empreendimento é a ‘menina dos olhos’ da secretária de Desenvolvimento Econômico Melissa Chaves Garcia. Ela própria não esconde para ninguém a felicidade que tem sido, acompanhar o alinhamento de preparar a mão de obra, com cursos de qualificação com as demandas solicitadas pelos empresários. O público alvo, são jovens em situação de vulnerabilidade social e o objetivo, é promover a geração de empregos nesta na faixa etária entre 15 e 18 anos.
O programa é desenvolvido em parceria com as secretarias municipais de Educação e Assistência Social. O município celebrou convênios e parcerias com instituições de ensino, o Sistema “S”, além da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas.
E a primeira turma com 40 jovens já concluiu o curso de assistente administrativo ministrado pelo Senac e receberam o certificado. A felicidade dos meninos e meninas estava visível. Marcela Vitória de 16 anos que cursa o 2° ano do ensino médio na Escola Estadual Teodósio Bandeira, já havia se encontrado com o prefeito Marcelo Chaves em seu gabinete e fez questão de repetir em público a alegria que estava sentindo.
Bastante extrovertida, Marcela contou que descobriu o projeto Jovens Talentos através de sua melhor amiga, quando voltava da escola. Ela acreditou que esta era a sua oportunidade, mas tinha muito receio, pois nunca havia estudado a noite e o medo de não se adaptar veio. O começo foi bem mais difícil. Contou o perrengue que passou. Eles fizeram um projeto de acessibilidade e um menino, apresentou que havia criado a colocação de faixas coloridas para pessoas com deficiência visual. No momento que se sentiu a maior vergonha, foi também que entendeu que tudo seria diferente do que pensava. E assim foi. Além da qualificação que recebeu no curso, Marcela fez amizade. Aliás, fez seu primeiro amigo, pois não suportava os meninos.
Falou que era agora, era a sua oportunidade, mais tinha muito receio, pois nunca havia estudado a noite, tinha medo de não se adaptar bem e o começo revela, foi bem difícil. A primeira apresentação de um projeto que fez durante o curso, foi de acessibilidade, junto com um um menino que propôs fazer de pedestres coloridas para deficientes visuais. Ela passou vergonha, mas foi naquele momento que ela entendeu que tudo seria bem diferente do que ela pensava.
A secretária de Desenvolvimento Econômico Melissa Chaves Garcia (foto abaixo), que representou também o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Condes), agradeceu primeiramente aos jovens por terem confiado no trabalho e sido os pioneiros. Melissa contou como o projeto nasceu – da necessidade que enxergaram de ‘casar’ o que as empresas precisam com o que os jovens poderiam fazer ao ter a oportunidade do primeiro emprego. Eles sempre reclamam que não são contratados porque não tem experiência. E ao mesmo tempo as empresas reclamam de falta de mão de obra. Na visão da secretária, Três Pontas hoje não é só uma cidade forte na agricultura. Ampliou sua visão transformando em agronegócio, que é muito mais engajador, mas vive um processo forte de industrialização. Isto foi iniciado organicamente com o plástico, mas que vem sendo estimulado com políticas públicas.
Ao se reunirem com os empresários, percebeu que as empresas estavam com dificuldades com mão de obra. No pleito deles, surgiu o pedido de trazer uma unidade do Senac para o Município. Em Varginha eles não têm conseguido vagas para cursos, pois somente a fila de espera é de cerca de seis meses, sem falar que o translado é difícil. Uma pesquisa descobriu que havia necessidade de coisas muito simples, que era desde assistente administrativo, até vagas mais específicas que não estavam sendo preenchidas, como torneiro mecânico, soldador, entre outros. Sem falar que qualquer curso ligado a área de informática é também o que o mercado precisa.
O Moacyr Supermercado que emprega cerca de 300 pessoas, recebe diariamente uma quantidade enorme de currículos, segundo o sócio proprietário Denilson Lamaita Miranda, porém, falta mão de obra qualificada. Ele agradeceu a homenagem ao seu pai, que empresta seu nome a sala de informática e coloca a empresa da família sempre a disposição para ser parceiro. Na fundação do espaço em 2002, o supermercado doou 7 computadores para que o projeto desse o pontapé inicial.
A presidente do Sicoob Copersul, Sara Tavares (foto), reforçou a parceria constante e contou que o Município pode contar sempre, quando o interesse envolve a comunidade nos quesitos, social, educação e formação. Aos jovens desejou que eles se esforcem, acreditem e agarrem esta oportunidade.
Melissa no fim do seu discurso, revelou que com os jovens voltando para a sala de aula pós pandemia, achou que seria mais difícil o projeto alcançar o sucesso, mas o interesse e vontade deles superou as expectativas. Ela agradeceu as secretarias de Assistência Social e Educação, aos vereadores que aprovaram a criação a lei que criou o programa na Câmara Municipal. Ao Moacyr Supermercado e ao Sicoob Copersul, que sempre abraçam projetos que visam atender a comunidade e justificou que o Caic foi escolhido por ser uma comunidade escolar muito forte e sempre estar a frente de vários projetos.
O diretor geral do Caic, Celso Vitor Fernandes “Marron” focou em gratidão e realização. Aos parceiros Moacyr e Sicoob que todas vezes que buscam apoio são atendidos. Aos vereadores por entenderem a demanda que o Caic tem e sempre estarem prontos a colaborar e a todos os servidores que ajudaram a revitalizar a sala de informática. Especialmente ao prefeito Marcelo Chaves, por dar liberdade e apoiar as iniciativas de construir e realizar os sonhos da comunidade, principalmente dos mais carentes.
A secretária de Educação Mariane Pimenta contou que entregar esta sala, agrega educação a profissionalização e quando Melissa Chaves a chamou para colocar em prática esta ideia visionária, não teve dúvidas que daria certo.
O vice prefeito Luis Carlos da Silva enfatizou a dedicação da Melissa e seu esforço na pasta que ela tem apenas mais um servidor, o Cassiano Brito que é Chefe de Divisão da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, sinal que nem sempre quantidade representa qualidade. Luisinho disse que ao olhar as placas expostas na sala, percebe o quanto o tempo passa. Seu nome está na de inauguração e em todas as reformas que aconteceram ao longo destes anos e agora como vice prefeito.
O presidente da Câmara Maycon Douglas Vitor Machado, falou da alegria em representar todos os vereadores que aprovaram a lei que já vê dando tantos resultados positivos. Colocou o Poder Legislativo a disposição e desejou que os jovens não percam esta oportunidade de formação.
O prefeito Marcelo Chaves foi breve ao falar. Destacou o trabalho de parcerias que faz desde que assumiu a Prefeitura. Desta vez, citou especialmente o Sicoob Copersul, Moacyr Supermercado, o Condes e a Câmara Municipal. O gestor que é engenheiro civil e se formou em 1979, falou da importância dos estudos, de cursar uma faculdade, mas defendeu sobretudo os cursos técnicos. Ele quer trazer vários para Três Pontas e tornar o Município referência na região.
Acrescentou que vai criar na antiga creche do bairro Santana, um Centro de Inovação do Café, com cursos específicos para a área e que ver a formação profissional de tantos jovens o enche de alegria e satisfação.
Sala de Informática Moacyr Pieve
Moacyr nasceu em 26 de junho de 1932. Filho de Francisco Garcia de Miranda Júnior, conhecido como Chiquinho Garcia e Dona Olívia Pieve Miranda. Seus pais eram comerciantes com uma pequena venda na zona rural de Três Pontas no local conhecido como Prazeres. Para estudar os filhos mudaram-se para a cidade montando um comercio na Praça Tristão Nogueira, a famosa Praça da Fonte. Desde pequeno começou a trabalhar com seu pai e aos 26 anos casou-se com Maria do Carmo Mesquita Lamaita, sua namorada de infância e companheira pela vida toda. Juntos resolveram comprar um comércio na estrada para a usina boa vista. Foram criticados pois todos sabiam que este comércio não estava indo bem e não poderia dar certo por não estar localizado nem na cidade e nem na roça. Assim Moacyr iniciou sua luta como proprietário da casa Nossa Senhora D’Ajuda e, com seu dom de negociante nato, logo começou a crescer. Além de muita disposição para o trabalho, tinha uma visão além do seu tempo. Não tinha vaidade e até mesmo depois de bem sucedido usava roupas do mesmo tipo e chinelas havaianas nos pés. Teve 3 filhos: Dilson, Denilson e Delson. Um se formou médico e os outros dois seguiram seus passos e cuidam dos negócios da família. Seu nome forte fez com que todos adotassem o nome da venda, Mercado e depois Supermercado “do Moacyr” em detrimento ao nome original de seu comércio. Morreu precocemente, aos 69 anos e por ironia do destino, morreu trabalhando dentro de seu supermercado.