

Supostos golpistas ofereciam brindes para atrair visitantes
Pelo menos 11 pessoas foram detidas e levadas à Delegacia de Três Pontas na manhã desta quinta-feira (29), durante o último dia da Expocafé 2025, sob suspeita de envolvimento em um esquema de estelionato contra visitantes do evento. As conduções ocorreram após diversas denúncias de práticas comerciais irregulares em dois estandes montados na feira.
A ação das polícias Civil e Militar foi desencadeada após relatos de visitantes que afirmaram ter sido enganados por um grupo que se apresentava como representante da revista Globo Rural. Os suspeitos abordavam quem passava e ofereciam brindes — como chapéus, relógios e smartwatches — como forma de atrair o público para supostas assinaturas da publicação. No entanto, após a aceitação da proposta, as vítimas eram surpreendidas com cobranças em cartões de crédito por valores muito superiores aos combinados.
Três casos relatados no local chamaram a atenção: uma vítima foi cobrada em 12 parcelas de R$158; outra, em 12 vezes de R$78; e uma terceira assinou um contrato involuntariamente ao aceitar um brinde, resultando em 12 parcelas de R$157.
A Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar, identificou duas barracas envolvidas. Uma delas não possuía nenhum tipo de identificação e, segundo os investigadores, prometia inclusive descontos vitalícios em contas de luz, utilizando táticas de pressão e contratos simples que violavam regras básicas do Código de Defesa do Consumidor. Em ambas as barracas, os agentes apreenderam documentos, contratos, celulares, maquininhas de cartão e material promocional.
Os 11 envolvidos foram levados à Delegacia. De acordo com o delegado, Dr. Guilherme Moreira, dois deles foram presos em flagrante e, após oitiva com advogados e confirmação dos relatos de vítimas, concordaram em restituir integralmente os valores cobrados indevidamente. Uma mulher que foi detida foi liberada após pagamento de fiança. Quanto aos outros nove suspeitos, vinculados ao estande que exibia o nome da revista Globo Rural, a Polícia Civil esclareceu que, até o momento, não foi possível confirmar se há de fato qualquer ligação oficial entre o grupo e a editora responsável pela publicação.
O delegado também destacou a audácia dos envolvidos, que chegaram a alugar estandes em uma feira de grande porte para aplicar os golpes, dando aparência de legalidade à atuação e dificultando a desconfiança imediata do público.

Durante o evento, um aviso foi transmitido no sistema de som solicitando que eventuais vítimas se apresentassem às autoridades. Várias pessoas procuraram os policiais ainda no local.
A editora da revista Globo Rural ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A Cocatrel, organizadora da Expocafé, ofereceu apoio total no fechamento do espaço e se colocou à disposição para qualquer esclarecimento necessário às investigações.
