Presidente da CBF, Rogério Caboclo, durante reunião do Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro da Série B. (FOTO: Lucas Figueiredo/CBF)

Por Loui Jordan

Na última quarta-feira (24), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou que haverá um limite para a troca de técnicos a partir do Campeonato Brasileiro de 2021, tanto na Série A, quanto na Série B. Resumindo, o clube só poderá trocar uma vez de técnico e cada técnico só poderá trocar de clube também uma vez. Dito isso, embora seja uma medida lúcida, já que muitos treinadores são demitidos no futebol brasileiro, a CBF não deveria se meter onde ela não é chamada, a administração dos clubes é de responsabilidade dos clubes e não da CBF.

Antes de mais nada, vale informar que essa nova regra foi aprovada pelos clubes, primeiro os da elite, depois os da 2ª divisão. Bom frisar que caso o segundo treinador seja demitido, o cargo precisará ser ocupado por um funcionário do clube, alguém da comissão técnica fixa ou até mesmo um treinador da base e que esteja pelo menos há seis meses na instituição.

Feitas essas explicações, existem argumentos favoráveis e contrários a essa decisão, o problema é que se trata de uma regra que interfere na autonomia dos clubes e mais do que isso, não resolve o problema, até porque existem brechas nessa regra. O problema capital é a mentalidade do dirigente e isso se deve aos clubes, não à CBF, aliás, um ponto importante é o calendário, o pouco tempo que tem para treinar, se deve ao calendário que é arquitetado pela entidade que rege o futebol brasileiro.

Além do problema não ser da conta da CBF, embora tenha um pouco de influência, o fato do futebol brasileiro demitir demasiadamente técnicos, é de responsabilidade dos clubes, que em sua maioria são omissos. Um outro problema é que um clube pode muito bem contratar treinadores para ocuparem cargos de auxiliares, afim de “contribuir” com jovens treinadores da base, ou seja, o jeitinho brasileiro para “furar” essas regras, pode acontecer.

A proposta que partiu do presidente da CBF, Rogério Caboclo, pode ser tida como uma medida “populista” do dirigente. Ademais, a disputa na Série A por exemplo, foi acirrada, confira a votação que ficou 11 a 9 a favor da nova regra:

Contrários a nova regra

Athletico Paranaense

Atlético Goianiense

Bahia

Ceará

Cuiabá

Grêmio

Flamengo

Fortaleza

Juventude

Favoráveis a nova regra

Atlético Mineiro

América Mineiro

Bragantino

Chapecoense

Corinthians

Fluminense

Internacional

Palmeiras

São Paulo

Santos

Sport

 

Existem regras que limitam números de jogadores estrangeiros, quando e como contratar e vender, e assim por diante. No entanto, ainda são questões que compete a uma confederação, federação ou até uma liga arbitrar, mas propor uma medida que tem relação direta com a administração do clube no que concerne à continuidade ou não de um trabalho, é demais. Obviamente que a anuência da maioria dos clubes, atenua o “meter o bedelho” da CBF, mas demonstra uma subserviência dos próprios com a mesma.

Por fim, punição não gera educação, muito menos uma cultura “positiva”. A CBF que tem tantos problemas para resolver, quer solucionar um que não tem vínculo administrativo com ela, é mais uma cortina de fumaça que promete asserenar críticas justas de um passado recente, mas críticas essas aos clubes, não necessariamente, nesse caso especifico, a CBF. Seria talvez mais prático, fazer mudanças no calendário, do que se intrometer na gestão de futebol de um clube.

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