*Dívida da Santa Casa está em R$15 milhões, mas novo provedor diz que juntos situação pode ser resolvida
O empresário e presidente da Associação Comercial e Agro Industrial de Três Pontas, Michel Renan Simão Castro, foi neste domingo (26), aclamado Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis de Três Pontas. A chapa com membros do Conselho de Administração e Fiscal, ganhou o nome de “Construir uma nova história”.
A Assembleia geral da Irmandade responsável pela Santa Casa, foi desta vez, realizada no Auditório da ACAI-TP Moacyr Pieve Miranda e pela primeira teve a presença maciça da imprensa que foi convidada a acompanhar a Eleição e posse de Michel Renan, o único que apresentou chapa para conduzir os destinos do Hospital no biênio 2017/2019.
O encontro foi aberto pelo atual provedor Mário Reis de Oliveira, que anunciou a divulgação da prestação de contas de 2015 e 2016. Mauro como é conhecido, agradeceu o apoio que recebeu nestes dois anos, pediu desculpas pelas falhas, diante de uma administração que esteve com as rendas deficitárias e desejou felicidade a Michel e os demais membros dos conselhos.
O contador da instituição Wolney Reis Figueiredo fez uma ampla explanação sobre uma auditoria realizada por uma empresa de Campinas (SP), a situação financeira do Hospital, apresentou nos números que em 2016, a Santa Casa recebeu R$1,2 milhão de subvenção estadual e R$2,7 milhões da esfera municipal. Uma das principais causas às dificuldades enfrentadas é a irregularidade nos repasses das esferas estadual e federal. Juntando as doações somam-se R$4.293.722. O déficit mensal é uma das grandes preocupações e a dívida total está em torno de R$15 milhões.
Demonstrando que todos da diretoria são fundamentais e terão participação ativa na gestão do Hospital, Michel Renan chamou seus colegas de conselhos à frente, após ter sido declarado provedor pelo administrador hospitalar Silvio Denis Grenfell, sem ter nenhum concorrente.
No seu primeiro discurso, ele começou parabenizando o “Mauro Contador” e enfatizou que tem ao seu lado um timaço, de gente disposta a trabalhar unidos para melhorar o Hospital e aprimorar aquilo que já foi feito pelos gestores que passaram por lá. O problema é que as pessoas, opina Michel, são imediatistas, querem que as coisas aconteçam de pronto. Alertou que esta é uma semente que está sendo plantada com muitas dificuldades para os próximos, 2, 5, 10 anos, mas que vai deixar o Hospital bem. Para tomar uma nova dimensão, é preciso a participação de todos, e não depende apenas da Irmandade. E os números que foram demonstrados dos repasses federais, são representativos e se juntando aos do Município se torna vital.
Michel não concorda com a afirmação de que a Prefeitura dá uma subvenção ao Hospital, ela repassa um dinheiro que é pago por todos os trespontanos, analisa o empresário. “A partir do momento que não repassarem a subvenção, a Santa Casa vir a óbito e as pessoas tiverem que procurar outras localidades, o problema será muito maior”, afirmou. O dinheiro que a Santa Casa tem para receber do Estado União é em torno de R$850 mil e tem ainda que quitar o 13º salário de 2016 com seus colaboradores. Os débitos que tem com fornecedores não é tão grande e reversível. Segundo o novo provedor, o governo não precisa proporcionar o paraíso, mas não nos pode manter no inferno e a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) que não é reajustada há 13 anos, precisa ser revistada, alerta. Os fatores externos ao Hospital são fundamentais para a vitalidade da instituição que é referência em atendimento, conta uma equipe de profissionais capacitados. “É fundamental que as pessoas conheçam o Hospital, saiba que ele é referência em várias áreas e entendam que ele é de todos nós”, diz Michel Renan.
Ao deixar a palavra aberta aos companheiros, o advogado Dr. Romeu Barroso que integra o Conselho Fiscal, lembrou que independente da situação financeira das pessoas, a Santa Casa é o primeiro recurso que se busca e o atendimento recebido lá, é vital no tratamento.
Veja a relação da nova diretoria
Chapa “Construir uma nova história”
Provedor – Michel Renan Simão Castro
Vice – Wilson Ferreira Júnior
Diretor Administrativo Financeiro – Clóvis José Castro e Omar Camargo Bessa
Conselheiros – Gilberto Basílio, Francisco Assis Ferreira, Ruy Campos Quintão
Conselheiros suplentes – Antônio Carlos Mesquita e Fernando Ferraz
Conselho fiscal – Edward José Diniz, Romeu Cândido Barroso, Cesar R. L. Campana
Conselho fiscal suplente – Francisco Miranda de Figueiredo Filho
A Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis é uma entidade civil, de direito privado, filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 22 de janeiro de 1939, tendo como objetivo assistência hospitalar a todos que procuram seus serviços. A entidade possui 121 leitos, dos quais 82 encontram-se a disposição do Sistema Único de Saúde (SUS), correspondente a 68%.