O engenheiro civil Marcelo Chaves Garcia (PSD), foi reeleito prefeito de Três Pontas na noite deste domingo (15), para o quadriênio 2021/2024, com uma vantagem esmagadora de votos contra o seu adversário, o ex-prefeito Paulo Luis Rabello (Cidadania). Marcelo Chaves saiu vitorioso com 24.370 votos (76,90%) e Paulo Luis obteve apenas 7.321 (23,10%). Votos brancos somaram 1.006 (2,94%), nulos 1.495 (4,37%) e a abstenção foi de 9.857 eleitores (22,38%). Dos 44.049 eleitores aptos a votarem, 34.192 compareceram (77,62%).
A diferença de votos entre os candidatos, é uma marca histórica na política trespontana. No pleito de 2016, Paulo Luis sofreu uma derrota para Dr. Luiz Roberto Laurindo Dias, na época, filiado ao PSD, por uma diferença de 8.150. Agora, a diferença mais que dobrou e foi de 17.049 votos de frente.
Comemoração antes da oficialização do resultado
O resultado das Eleições demorou demais para sair. O problema foi uma sobrecarga no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deixou as cidades sem apurar os resultados, causando aflição principalmente dos correligionários. A equipe de campanha do candidato da situação foi para o Cartório Eleitoral, onde a Polícia Militar montou um forte esquema de segurança. As ruas entorno ficaram fechadas para o trânsito de veículos e apenas veículos oficiais empenhados nas Eleições puderam entrar.
As 17h25 chegaram as primeiras mídias de resultados, uma espécie de um pen-drive, que vieram da Escola Municipal João de Abreu Salgado no bairro Catumbi. Fechado os resultados, a equipe do Cartório Eleitoral, fez a leitura dos dados já no site do TSE que começou as 17:30. A equipe do candidato Marcelo Chaves fez uma apuração paralela e começou a divulgar à imprensa, os dados dos boletins das 133 urnas, somados por colégios eleitorais, de forma extra oficial. Desde o início, Marcelo manteve a dianteira disparado. No Caic por exemplo, 744 votos de diferença – 960 a 216. Na única seção do bairro Cidade Jardim, na creche inclusive construída pelo ex-prefeito Paulo Luis, foram 100 votos contra 6. No Distrito do Quilombo Nossa Senhora do Rosário, onde Marcelo foi recebido com muita festa durante a campanha e chuva de pétalas de rosas, foram 516 votos contra 100 de Paulo Luis. Quando a equipe já contabilizava 100 urnas, a vantagem já apontava a vitória de Marcelo Chaves – 20,6 mil contra 6,5 mil, o que corresponde a uma diferença de mais de 14 mil votos.
A esta altura, correligionários já faziam festa, cantavam a música da campanha, que tem um refrão que de fato, condiz com o resultado das urnas trespontanas “o homem disparou”.
Depois de esperarem um bom tempo, na expectativa que o sistema voltasse, João Victor Mendes comunicou aos apoiadores e equipe que não havia previsão para que a justiça oficializasse aquele resultado, por conta dos dados. Mesmo assim, ninguém arredou o pé de lá. De repente, o prefeito reeleito, (naquele momento não oficialmente), chegou na carroceria de uma caminhonete e desceu meio a turma do “55”. Do próprio carro, ele agradeceu a todos e falou rapidamente com a imprensa.
O resultado oficial só foi divulgado por volta das 23h30, quando as informações foram epassadas completamente ao TSE. A juiza eleitoral Dra. Raíssa Figueiredo Monte Raso Araújo e o promotor de justiça Dr. Estevan Sartorato, acompanharam a emissão dos dados e a divulgação do resultado até o fim.
De vice à reeleição
O atual prefeito concorreu na Coligação que ganhou o nome de “Acelera + Três Pontas”, tem como vice prefeito, o vereador Luis Carlos da Silva (Progressista – PP) e uniu um grupo de 7 partidos – PP/ MDB/ PV/ PSDB/ PDT/ PSB/ PSD.
Marcelo Chaves tem 65 anos de idade, nasceu em Três Pontas, já foi vereador e presidente da Câmara Municipal, ocupou as secretarias de Administração, Indústria e Comércio, Transportes e Obras, e Agricultura.
O vice Luisinho tem 51 anos, é casado, cumpre seu quarto mandato na Câmara de Vereadores e presidiu o Poder Legislativo por três vezes: 2007/2008, 2015/2016 e 2017/2018.
Marcelo conseguiu unir um blocão em torno de dele. Diante do crescimento do seu nome, houve uma pressão política pela indicação do seu vice. Duelaram o PV do deputado Caixa, por Luciano Reis Diniz e o PP de Luis Carlos. O grupo de Luisinho trouxe quatro partidos, 8 vereadores e não houve outra escolha. Marcelo anunciou o vereador com o maior número de mandatos na Câmara, inclusive como presidente, seu parceiro de chapa.
Caixa não fez campanha para Marcelo, gravou vídeos para os candidatos a vereador do seu partido e disse que independente do resultado estaria apoiando a cidade.
Marcelo começou a campanha nas ruas depois do adversário, afirmando que era em respeito e cuidado a saúde das pessoas diante pandemia, por isto, trabalhou bastante também nas redes sociais. Só depois foi às ruas, colocando apoiadores, militantes, servidores e candidatos a vereador pregando uma campanha da paz.
Da desconfiança à gloria
Marcelo Chaves pegou a Prefeitura em um dos piores momentos de sua história, manchada por escândalos, após a denúncia de desvio de dinheiro público que culminou com a Operação Trem Fantasma e a prisão de secretários e cargos de confiança e terminou com a renúncia do então prefeito Dr. Luiz Roberto Laurindo Dias.
Marcelo juntou os “cacos”, enfrentou duras críticas na Câmara ao assumir a Prefeitura, em 28 de maio de maio de 2018, principalmente dos vereadores da situação, que estavam sem paciência para esperar resolver demandas pequenas no Município, mas foi acertando a casa, dialogando com os parlamentares e com humildade, foi pedindo pacência. Retirou cargos de confiança excessivos, economizou muito na folha de pagamento e priorizou às secretarias aos servidores efetivos, que segundo os próprios funcionários, mantém uma relação estreita.
Manteve a relação política com o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) e o deputado estadual trespontano, Mário Henrique “Caixa” (PV), além de abrir espaços a todos aqueles que quiseram ajudar com recursos financeiros.
Marcelo conseguiu a confiança dos servidores municipais ao pagar os salários em dia, e neste último ano, deu o reajuste anual maior do que exigido, mesmo queisso fosse já pensando na adequação da compensação diante do aumento da contribuição individual.
O volume financeiro conquistado nestes últimos dois anos não foi pequeno e possibilitou fazer melhorias por toda a cidade e obras esperadas pela população trespontana, que eram anseio de muitos anos e que mudou a vida das pessoas. Exemplo, o asfaltamento de vias urbanas e pequenos trechos, que mudaram a cara do lugar, deram mobilidade e qualidade de vida das pessoas, como nos bairros Jardim Primavera, Parque Veredas e Vila Rica, a abertura de vias no bairro Vila Marilena e o início da revitalização do Parque Municipal Vale do Sol.
A maior obra iniciada por Marcelo Chaves foi o asfaltamento da estrada do Foguetinho. São 3,1 quilômetros de pista dupla, ligando a rodovia MG 167, na saída para Varginha, ao Distrito Industrial, nos Quatis. A obra orçada está acelerada e vai custar entorno de R$5,5 milhões.
Seu programa de rádio da Coligação Acelera + Três Pontas, focou apenas nisso a maior parte do tempo – em mostrar que muita coisa foi feita e que o progresso não pode parar. Apontou também que para seguir avançando é preciso ter apoio político e por diversas vezes no mandato e na campanha, enalteceu as inúmeras parcerias feitas na gestão. Sem falar nos eventos que agradaram os trespontanos, como por exemplo o Viva Três Pontas e o Carnaval, assinado pela prefeitura em parceria com o Carnavaliza.
O ano de 2021 segundo especialistas, será um ano difícil, por causa dos reflexos da pandemia do Coronavírus, que vai exigir puljância, serenidade e gestão, pois será preciso recomeçar do zero a retomada do crescimento econômico e social.