A cidade já respira o ar da música e da arte, que vão ser vivenciadas com a etapa de Três Pontas do 45º Festival Nacional da Canção, neste fim de semana dias, 28 e 29 de agosto.
Por aqui, a estrutura já está sendo montada. Mas desde quando as lojas do Centro, propriamente da Praça Cônego Victor abriram suas portas, o trânsito está parado em frente a Igreja Matriz. É justamente esta, a reclamação dos comerciantes e empresários que se sentem prejudicados. A estrutura está sendo erguida no meio da praça e também de frente às agências bancárias, onde ficam os palcos que irão abrigar os artistas vindos de várias localidades do País vão se apresentar, tanto no FENAC como no Festival Nacional de Cultura.
Nestes pontos, as placas de impedido sinalizavam que o trânsito era somente para pedestres. A consequência disso, foi congestionamento a todo momento. As filas enormes se formavam. Quando algum caminhão de grande porte então tentava parar para fazer alguma entrega ou uma simples manobra, a coisa se complicava ainda mais.
O que causou estranheza é que dois caminhões, cada um de um lado, ficaram estacionados em frente a Matriz até o início da tarde. Só foi por volta das 14:00 horas que o trabalho começou a ser feito. Durante este período, ninguém passava e os comerciantes que sentiram prejudicados protestaram. Indignados procuraram a imprensa para demonstrar, o que segundo eles, é falta de planejamento e respeito com os estabelecimentos comerciais que não são ouvidos e nem mesmo avisados daquilo que vai afetar diretamente suas lojas. “Se o evento só começa na sexta-feira, porque sinalizaram fechando a rua não deixando o trânsito fluir desde as 9 horas da manhã desta quarta-feira,” falou um dos empresários Sebastião de Fátima Cardoso, o Tiãozinho Vermelho. As pessoas de fora, de acordo com Tiãozinho Vermelho, acabam ficando perdidos, sem saber para onde irem, já que nem mesmo um Guarda Civil Municipal (GCM) foi empenhado para prestar orientações e indicar a o melhor caminho a seguir.
Isto, sem falar que as vagas de estacionamento já são escassas e com a área interditada, encontrar algum lugar para estacionar fica ainda mais difícil e é preciso muita paciência. “Os caminhões poderiam estar estacionados de outra forma, até que fosse montada a estrutura”, acrescentou Tiãozinho.
Ele diz que não é contra o FENAC ou qualquer outro tipo de evento na Praça, apesar de que a Cidade precisa ter um local apropriado que não seja em frente aos estabelecimentos. Por outro lado, admite que o evento traz prejuízo aos comerciantes e que os visitantes, que são muitos que acabam aportando na Cidade são atraídos pela música e não pelas lojas. Para Tiãozinho Vermelho, o movimento beneficia apenas bares, lanchonetes e hotéis e outros setores não podem ser lesados. “Fazer um evento na nossa porta, onde pagamos o ano inteiro nossos impostos e geramos empregos, sexta e sábado, gera perda nas vendas”, confirma.
A reclamação não é a primeira, mas eles esperam ser a última. Que a Prefeitura das próximas vezes, abra um diálogo com a Associação Comercial, comunique os comerciantes e empresários dos locais a serem afetados para juntos encontrarem uma saída.
Outro que se sente afetado é Giovani Luis Pereira que também tem loja na Praça Cônego Victor. Tirar o fluxo de veículos de frente a Igreja, além de ‘travar tudo’, vai na contramão daqueles que hoje mantém o Município. É o comércio, segundo Giovani que impulsiona a economia e gera emprego, já que a indústria por aqui ainda é fraca e o agronegócio já não é tão forte, diante do preço do café que cai e não faz mais a diferença. Motivo que reforça a necessidade de serem ouvidos e consultados.
Transtornos são inevitáveis, mas as vezes falta bom senso
Procurado por nossa reportagem, o prefeito Paulo Luis Rabello (PPS), comentou as reclamações dos comerciantes e reconhece que fechar o trânsito sempre gera transtornos, porém, mais do que isto, muitas vezes falta bom senso. Nossa equipe mostrou a foto em que mostra os dois caminhões ainda de manhã estacionados próximos do Coreto. “Precisamos nos ajeitarmos as situações, mas neste caso, faltou bom senso”, reconhece Paulo Luis.
O prefeito reintera que isto tudo traz dissabores aos motoristas e a comunidade como um todo, mas explica que, a Praça Cônego Victor, que recebe alguns eventos culturais e religiosos pertence a Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda. Para aportar por lá qualquer atividade o pároco é comunicado que, gentilmente sempre tem autorizado e permitido as festividades promovidas.
Quanto a reclamação de que apenas uma fatia dos estabelecimentos são beneficiados com alguns eventos, em Três Pontas, existem comemorações que impulsionam a economia, geram movimento em vários setores. “Hoje não é por exemplo, diretamente o setor de vestuários, mas amanhã tem aquele que beneficia a todos, como por exemplo é o caso da Expocafé”, opinou.
Para o gestor, realizar uma etapa de um evento da magnitude do Festival Nacional da Canção é fundamental para o turismo, para a cultura e a divulgação do nome de Três Pontas na mídia, já que a Cidade é a mãe de Milton Nascimento e Wagner Tiso, o berço da música e de tantos outros talentos que existem e que surgem.
Ainda não consegui entender o que o trânsito fechado pode atrapalhar a loja e lamento muitíssimo os comerciantes não enxergarem a oportunidade de faturamento que o Festival ou qualquer outro evento que tragam turistas à cidade, de faturamento. O Turismo não beneficia tão somente restaurantes e hóteis. Já que o dinheiro arrecadado por estes, circulam na cidade em todos os outros segmentos do comércio. Bom lembrar que nossa cidade, mais do que nunca, será palco do Turismo Religioso e é bom que nossos comerciantes se preparem para aproveitar as grandes oportunidades que serão ofertadas. No mais, fica meu desejo de que, um dia, espero que breve, nós consigamos nos unir em benefício da cidade sem estas reclamações desprovida de uma visão ampla do que envolve a indústria do Turismo.
Para Reflexão
TURISMO: DINHEIRO NO BOLSO
O turismo envolve todo mundo.
A seguir temos o resultado do rastreamento de uma moeda de um real, realizado em um Município, para descobrir como ela viajou durante quatro dias e meio:
O turista pagou a conta do hotel;
O funcionário do hotel pagou o fazendeiro pelos ovos;
O fazendeiro pagou o posto de gasolina;
O posto de gasolina comprou gasolina;
O funcionário da distribuidora comprou bebidas;
O vendedor de bebidas pagou o almoço ao restaurante;
O funcionário do restaurante comprou toalhas de mesa na loja de departamentos;
O gerente do departamento comprou revistas;
O vendedor de revistas pagou o seguro;
O gerente de seguros foi ao médico;
O médico pagou a conta de luz;
A companhia elétrica comprou persianas da loja de móveis;
O dono da loja de móveis pagou os honorários do advogado;
O advogado deu a moeda de um real na coleta da igreja;
A igreja depositou o dinheiro no banco.
A praça é do povo e ao povo pertence. As praças são os lugares apropriados para as
manifestações populares, que podem ser culturais, religiosas, cívicas e ou políticas.
Aqueles que, egoisticamente, só tem visão para o capital, que se retirem… Meia dúzia de incomodados não tem o direito de expulsar o povo da praça, que é do povo.
Soberanamente, todo o poder hermana do povo.
Concordo plenamente com você, Débora.
Antes de qualquer julgamento leia a reportagem toda!
Comerciantes com visão limitada, poderiam aproveitar que o Festival irá trazer pessoas para as portas de seus comércios e investir em ações de marketing e propaganda, arrecadando mais dinheiro para os próprios. É uma pena que nem todo mundo saiba juntar o últil ao agradável 😉
Daqui por diante Três Pontas vai se deparar muito com esse tipo de situação,principalmente por que vem aí o turismo de massa, o turismo religioso. O que vai fazer a diferença é o planejamento e a forma de organizar esse evento dentro da cidade, isso inclui poder público, comerciantes e população.
Toda vez que tem algum evento (que é raro) na praça tem quem reclama do trânsito. Acho impossível, alguém ficar mais do que 10 minutos pra fazer uma volta na praça, mesmo com o trânsito “engarrafado”. Na questão das vagas, não existe vagas somente ao redor da praça, há várias ruas próximas e qual o problema de andar um pouco? E os comerciantes não têm porque reclamar, se tem palco, caminhão ou elefante na “frente” das lojas deles isso não impedirá o freguês entrar caso queira. Até porque o trânsito está impedido para carros, e ninguém entra na loja de carro.
Concordo com estes eventos na cidade, gosto muito e participo, mas fechar a rua atrás da igreja complicou muito o trânsito
Passei por lá ontem e achei o máximo sem trânsito! A prefeitura poderia até fazer um calçadão para os pedestres transitarem com mais segurança e tranquilidade já que ali é bem central, tem a igreja, os bancos e as lojas. Não acho que atrapalha em nada. Pelo contrário até acho que favoreceria o comércio!Fica a dica…