Matheus Camilo Marcos de 26 anos, vai assentar no banco dos réus, acusado pela morte de Natally Oliveira, de 14 anos. O júri vai acontecer no Fórum Pimenta da Veiga, em Nepomuceno, nesta quinta-feira, a partir de 8:30 da manhã.

O crime foi em agosto de 2023 e o caso ganhou repercussão nacional, antes mesmo que as polícias descobrissem que a menina havia sido morta. Natally saiu de casa no bairro Jardim das Esmeraldas na noite de sexta-feira dia 11, para ir na avó que fica ao lado e sumiu. Estudante, bastante tímida e reservada, não tinha o hábito de sair de sozinha.

No domingo, o Corpo de Bombeiros de Varginha foi acionado e entrou no caso. Ninguém podia imaginar que o tio dela, que havia informado que o sinal de celular de Natally teria dado em um cafezal ao lado do bairro onde morava, seria o assassino. Os bombeiros fizeram buscas com cães farejadores, usou drones e não encontraram absolutamente nada.

Muitas foram as informações dadas sobre o paradeiro. A família viveu dias de angustia. As buscas se encerraram quando chegou a informação de que a menina teria conversado com um homem em um carro preto e depois entrado no veículo. O rapaz foi até o bairro, pegou a sobrinha e a levou para a zona rural. Para dificultar, ele foi passando pelo entorno da cidade, longe de câmeras de segurança e pegou a estrada rural.

Exatamente uma semana depois, tudo foi elucidado. A Polícia Militar e a Polícia Civil fecharam o cerco ao rapaz e descobriu que ele havia sumido com ela. Matheus tinha comprado o carro naquele dia que Natally sumiu e no dia seguinte levou o veículo em uma oficina. Lá, a conversa dele com o mecânico levantou bastante suspeita. Ele perguntou se ele enterrasse um corpo, se cães encontrariam e se haveria cheiro. O objetivo dele era queimar o corpo certamente para não ser localizado e apagar qualquer vestígio.

A informação chegou à PM. Diante disso, equipes rapidamente deslocaram até a propriedade um sítio na zona rural, onde ele estava trabalhando até poucos dias antes do crime, que fica entre Três Pontas e Nepomuceno e encontraram com ele na porteira. Matheus não teve como esconder e confessou que havia matado a sobrinha.

O que se tem do fato é que ele estuprou Natally e quando ela teria dito que contaria tudo para a família e o denunciaria, ele usou um pedaço de pau e matou a menina com pauladas na cabeça. Depois, lançou o corpo em um barranco nos fundos da propriedade e jogou terra por cima. Ao prestar depoimento, foi capaz de dizer que a relação sexual com a menina foi consentida. Detalhou que em determinado momento, ela pediu que ele parasse, mas contra a vontade dela Matheus continuou. Quando eles estariam indo para o carro dele para voltar à cidade é que tudo aconteceu.

O corpo de Natally já estava em estado avançado de decomposição, foi levado para o Instituto Médico Legal de Belo Horizonte (IML) para exames e só foi liberado para ser sepultado uma semana depois.

Quando o corpo dela chegou a cidade parou para se despedir. Houve cortejo pelas ruas da cidade e por onde ela morava. A mãe dela, Natanea de Paula Nascimento foi amparada por familiares, amigos e pessoas desconhecidas, que se sensibilizaram com a perda de sua única filha.

Fórum Pimenta da Veiga em Nepomuceno, onde acontece o Juri nesta quinta-feira

O rapaz foi preso e levado para a Delegacia de Nepomuceno onde o crime ocorreu. O inquérito foi concluído pelo delegado Bruno Bastos. Ele deve responder pelos crimes de estupro, feminicídio e ocultação de cadáver. Se for consideradas qualificadoras do crime, a pena pode chegar a mais de 40 anos de prisão.

Quando Matheus foi preso, ele foi levado para o presídio de Lavras, passou por Boa Esperança e recentemente foi transferido para o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves. Lá é onde ficam os chamados presos “seguros”, que são detentos que cometeram crimes sexuais.

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