Por Loui Jordan

A Base de Alcântara, localizada no Estado do Maranhão, voltou aos holofotes após o satélite Amazônia-1 ser lançado ontem, domingo (28), da Índia, mais precisamente da Primeira Plataforma de Lançamento do Centro Espacial de Satish Dhawan. Bom, as perguntas que possuem muitas conexões com a importância da base de lançamento de foguetes são as seguintes: Por que o lançamento não foi feito do Brasil? Mais do que isso, a tal Base de Alcântara é tão importante assim?

Bem, vale lembrar antes de qualquer coisa, que essa Base da Força Aérea Brasileira começou a ganhar mais relevância na opinião pública quando o Brasil através de um acordo com os Estados Unidos da América, concedeu o uso comercial do centro de lançamento para os norte-americanos em março de 2019. Esse tratado, digamos assim, se chama “Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST)”, a negociação aconteceu entre o Governo Bolsonaro (Atual) e o Governo Trump (Ex-governo), o texto do acordo que foi aprovado pela Câmara dos Deputados em outubro do mesmo ano, ajuda bastante a responder uma das perguntas.

Feito essa rápida explicação de relevância pública nos últimos anos, vamos as respostas. Primeira resposta, o lançamento do satélite Amazônia-1 não foi feito da Base já citada porque o Brasil não é um celeiro de foguetes, o país não tem atualmente capacidade para colocar o Amazônia-1 em órbita. Para se ter uma ideia, o tamanho do foguete é variado em relação ao seu tipo e consequentemente isso influencia qual a plataforma adequada para o lançamento. Resumindo, o foguete que portou o Amazônia-1 tem 44,4 metros, é um PSLV (Polar Satellite Launch Vehicle), já na Base brasileira pode lançar em sua plataforma um foguete de porte menor, bem menor, o máximo atualmente não chega a 20 metros.

Além disso, não foi lançado somente um satélite da base na Índia, foram 18, não seria compensatório construir mais uma plataforma no Brasil somente para essa finalidade. Segunda resposta, a presente coluna informou do acordo feito de 2019, e isso tem vínculo com a importância fundamental da Base.

Tendo como fonte o Portal “Agência Câmara de Notícias”, os motivos desse acordo são: na visão brasileira, viabilizar comercialmente o centro de Alcântara, na visão norte-americana, aproveitar sua localização, na linha do equador, que reduz o consumo de combustível de foguete, tornando os lançamentos mais baratos. É basicamente isso.

A Base de Alcântara fica a 250 km da linha do Equador, com isso, a economia de combustível é bem considerável, podendo ser economizado até 30%, a localização de fato é diferenciada. O clima é muito adequado para uma base de lançamento, além é claro das vantagens em termos de combustível, logística, etc.

A importância dessa Base não está apenas no seu entorno, principalmente a localização, mas nos ganhos que pode trazer ao Brasil na área de Ciência e Tecnologia. O Brasil pode muito bem aplicar os recursos oriundos de nações que utilizarem Alcântara, afim de investir em projetos de “investigação” espacial, que se assemelha com a ideia do Missão Amazônia.

Por fim, nove propostas de empresas já chegaram para operar na Base de Alcântara, sendo quatro nacionais. Todo esse processo pode começar até o final desse ano, Alcântara que ficou tão silenciosa nos últimos tempos, está alavancando progresso aos poucos, essas propostas podem colaborar na expansão do país nas áreas científicas e no crescimento econômico.

 

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