Após 1 ano, obras de unidades de saúde continuam paradas
Depois de um ano, três unidades de saúde dos bairros Pereti, Ponte Alta e Morada Nova, em Três Pontas, continuam com as obras paradas. Ao invés de atender a população carente, moradores dizem que as obras estão servindo como ponto de uso e tráfico de drogas.
Sem muros e de portas abertas. Essa é a situação do posto de saúde do bairro Peret. Do lado de fora, o mato alto e a sujeira indicam o abandono. No interior do prédio, algumas paredes estão rachadas e os materiais de construção estão espalhados. O local é vigiado apenas pelos moradores.
A situação foi mostrada no ano passado por uma equipe da EPTV Sul de Minas. Naquela ocasião, a construção estava fechada e havia funcionários da guarda municipal durante o dia. Eles também faziam a segurança na obra do bairro Morada Nova, onde também tinha muita sujeira e algumas janelas estavam quebradas. Atualmente, não há mais seguranças, mas a porta está trancada e as janelas foram tapadas por tijolos.
As obras começaram em 2009 e deveriam ficar prontas em julho do ano passado. No bairro Ponte Alta, o local onde seria construído um centro pediátrico está completamente abandonado. O telhado nem ficou pronto e, para piorar, o que restou de material de construção está desperdiçado. A cidade possui cerca de 60 mil habitantes. As três unidades de saúde que estão com as obras paradas teriam capacidade para atender três mil pacientes por mês.
De acordo com uma portaria emitida em outubro do ano passado pela ex-prefeita Luciana Ferreira Mendonça, foi instaurada uma comissão denominada “tomada de contas especial” composta por servidores da prefeitura. O objetivo era apurar os fatos relacionados às possíveis irregularidades cometidas na execução das obras. No documento, há a informação de que os extratos bancários da conta indicavam que havia mais de R$ 730 mil disponíveis para a finalização das obras. Segundo os laudos periciais, o gasto seria menor para entregar as unidades de saúde, cerca de R$ 560 mil.
A comissão ainda informou que o prejuízo havia sido de cerca de R$ 55 mil, valor que , segundo o prefeito Paulo Luís Rabello, está sendo analisado pelo Tribunal de Contas do Estado. Quanto à vigilância das obras e a capina, o prefeito alega que os trabalhos estão sendo feitos normalmente.
A ex-prefeita não foi encontrada para falar sobre o assunto. O Tribunal de Contas do Estado informou que os documentos enviados pela prefeitura foram protocolados, mas ainda não existem respostas sobre a denúncia de possível desvio de verba na construção das três unidades de saúde em Três Pontas. (Fonte: G1 Sul de Minas)