Troca de comando no PSD em Minas expõe racha interno 

A transição de comando no PSD-MG revela divisão interna. Há três semanas, Alexandre Silveira, secretário estadual de gestões tucanas no Estado, foi afastado da presidência do partido. No lugar, assumiu, de forma temporária, Geraldo Thadeu, indicado pelo governador Fernando Pimentel (PT) para chefiar o Escritório de Representação de Minas em Brasília. Hoje, a disputa PT x PSDB no PSD tem novo capítulo, em reunião na capital.

Tudo indica que, a partir do encontro, que será na sede do PSD, quem assume a legenda é o deputado federal Diego Andrade. A indicação dele sela acordo avalizado pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, cacique da legenda. Andrade defende o fortalecimento independente do partido, mas não descarta namoro nem com PT nem com PSDB, com vistas às eleições de 2016, posição que é rechaçada por Silveira.

“O partido, mais que nunca, está rachado. Continuarei defendendo, com todas as minhas forças, que o melhor projeto para o Brasil e para Minas não é o projeto do PT. Como disse Marta Suplicy, o PT traiu os brasileiros. É o momento mais inadequado para se alinhar a um projeto desse tipo”. Primeiro-suplente do senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), Silveira garante não sair do PSD para “uma batalha, um bom combate” contra ala de seu partido que pratica um “pragmatismo exacerbado”.

Primeiro vice-presidente do PSD-MG, Diego Andrade assume o partido porque existe decreto estadual impedindo que dirigente partidário ocupe cargo de primeiro escalão no governo, situação em que está Geraldo Thadeu. Andrade ressaltou que vai trabalhar para que o partido deixe de ser coadjuvante do PT e do PSDB nas decisões políticas, articulando para que a sigla lance o maior número possível de cabeças de chapa em 2016. Ele também disse, entretanto, que visa ter uma relação cordial com Pimentel.

Há cerca de três semanas, um encontro entre os dois sinalizou o interesse do governador em atrair o deputado federal – que apoiou, na sucessão estadual do ano passado, o adversário de Pimentel, o tucano Pimenta da Veiga.

“Eu pedi ajuda para o Hospital Mário Pena, e ele liberou R$ 500 mil, através da Cemig. Saí contente do encontro (com Pimentel). Mesmo eu não tendo apoiado ele na eleição, ele foi muito respeitoso”, afirmou Andrade.

O deputado ressaltou, ainda, que eleição não é enfrentar inimigo e que, naquele momento de disputa, ele decidiu seguir a maioria do PSD, com o PSDB. “Pimenta foi derrotado pelo voto. A maioria dos mineiros escolheu Pimentel, e é preciso respeitar a decisão. Eleição é só daqui a quatro anos e, se eu posso manter o diálogo pelo bem de Minas, manterei. Com o PSDB, sempre houve (diálogo)”.

Acomodado

Derrota. Geraldo Thadeu, que assumiu provisoriamente o comando do PSD de Minas Gerais, disputou uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas foi derrotado. Ele obteve 61.622 votos. (Fonte: Jornal O Tempo)

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