Para um grande acontecimento, uma grande orquestra. Foi bem assim com a inauguração do Conservatório Municipal de Música Gileno Tiso, nesta quarta-feira (05). Na sede que agora é própria, localizada na Rua Barão da Boa Esperança 190, houve a tarde, a cerimônia com a presença de autoridades políticas, familiares do homenageado e alunos atendidos.
Wagner Tiso chegou depois meio que de surpresa. Tanto é que seu sobrinho, o “Tutinha” que faria o show com ele mais tarde já havia até discursado em nome da família de José Gileno Tiso. É que o nome do Conservatório era Heitor Villa Lobos, enquanto era alugado e passou por diversos lugares. Agora com seu próprio espaço, sem precisar pensar que vão mudar de novo, o Conservatório tem o nome de Gileno Tiso.
A Prefeitura investiu R$3,5 milhões, pagos parcelados pelo prédio onde funcionava uma escola de inglês. Ele tem 22 salas, auditório, cozinha, sanitários, espaço um salão. O município também adquiriu o mobiliário que estava na escola bastante novos, com computadores, toda infraestrutura de internet, ar condicionado, mesas e cadeiras.
No momento dedicado aos discursos, o vereador Luciano Reis Diniz, representando o Poder Legislativo, parabenizou por esta grande conquista, lembrando que a autorização passou pela análise da Câmara, através de um projeto de lei. Em nome dos colegas, parabenizou pela conquista e se colocou a disposição dos avanços que a cultura precisa.
O mais emocionado era Alex Tiso Chaves. O secretário de Cultura, Lazer e Turismo, revelou que em 35 anos foram muitas mudanças e adaptações em prédios de vários pontos da cidade, contando sempre com a compreensão dos seus professores. Ele não citou, mas a Equipe Positiva, registrou em 2021, que em um imóvel imponente no Jardim Brasil, o Conservatório foi devastado pela força da água da chuva. Um rastro de destruição levou instrumentos, móveis a boiarem dado ao volume de água, depois que o muro dos fundos inundou o local.
Mencionou que este talvez seja o dia mais emocionante da sua vida e chorou. Quando Marcelo o convidou para assumir a Secretaria de Cultura, ele respondeu que não teria gabarito para tão função. Contou que ele é de assentar em uma cadeira pegar em um instrumento e tocar, mas se aquela era a vontade dele, assumiria a missão, na condição de poder montar sua equipe, aqueles que queiram trabalhar pela Cultura de Três Pontas. Falou isso para pedir uma salva de palmas à sua equipe.
Alex voltou ainda mais no tempo. Recordou que quando o ex-prefeito Carlos Mesquita inaugurou o Conservatório na década de 80 e deu a nobre missão de conduzir a Wilson Salles, ele foi atrás dele para ser professor. Foram três anos até ele aceitar, achando também não ter competência.
Quando estava acertando para assumir o cargo na pasta, Alex contou toda a trajetória do Conservatório e seu plano dava por vencido, se conseguisse adquirir uma sede para a escola. Passado mais de 35 anos, cerca de 10 mil crianças já ocuparam os bancos do Conservatório. “E eu, quem diria. Quem poderia imaginar nos meus 17 anos, quando cheguei professor de flauta doce no Conservatório, estaria hoje, ao lado desse gigante da música de todos os tempos, Wagner Tiso, inaugurando a sede própria e com o nome de Gileno Tiso”, declarou. Este, segundo Alex Tiso, foi mais uma batalha a duras penas de verdadeiros guerreiros, que com carinho e confiança vem colhendo bons frutos da cultura de Três Pontas.
Bom dizer que Alex conheceu a esposa Marli, no Conservatório, em 1991. Eles se casaram, criaram os filhos e já está chegando a primeira nora que é musicista.
Paulo Francisco “Tutinha”, não escondeu que não esperava tanto. Conheceu o Conservatório para ensaiar para o show desta quarta-feira e ficou extremamente encantado com a estrutura e o quanto o Conservatório está equipado.
Comentou com o primo Ismael Tiso que dá aulas na escola, que o nome do seu tio Gileno Tiso, é muito bem vindo, mesmo que substitua o nome de Heitor Villa Lobos – o maior nome da música brasileira, quem revolucionou o ensino da música brasileira e que está com nome marcado no Brasil e mundo afora. “Nada mais justo que uma honraria dessa para a família ter um Conservatório desta envergadura, com o nome de um filho da terra, uma grande figura musical”, diz Tutinha.
Quem também se emocionou foi a diretora Tatiane Rôse Silva. “O sentimento maior neste momento é de gratidão. Parece redundância, mas é impossível não agradecer primeiro a Deus, pelo dom que nos cedeu de multiplicar nesta Terra e nesta casa bem mais humana, a alegria da música”. Ela agradeceu aos pais que depositam todos os dias a confiança de deixar seus filhos com eles. Aos professores e colaboradores que ajudam sem medir esforços para que a Escola atinga os números mais elevados, extendendo aos entes queridos, principalmente ao Gileno Tiso que empresta mais uma vez seu nome, para servir este templo da arte trespontana. Recordou com louvor aqueles que passaram e já estão na eternidade. A Secretaria de Cultura, no empenho em ajudar com tudo que é necessário. Aos deputados Mário Henrique Caixa e Diego Andrade, que estão de mãos dadas com Três Pontas. Ao prefeito Marcelo Chaves que depois de longos anos de busca por uma sede própria olhou com carinho e muito desprendimento dando autonomia para a compra deste imóvel e a parceria que ele mantém com a Câmara, que aprovou junto na empreitada desta aquisição.
O vice prefeito Luis Carlos da Silva, acrescentou que a Administração fez um trabalho nas escolas para mostrar as potencialidades de Três Pontas, focados nos pilares da fé, da música e do café, através do turismo. Onde eles vão, levam que aqui é a terra de Padre Victor, de Wagner Tiso e agora também na Nossa Mãe.
Sobre a aquisição, Luisinho lembrou que o pensamento do prefeito Marcelo Chaves, sempre foi que as secretarias, autarquias e departamentos saíssem do aluguel. Para isto, usou do apoio dos deputados Caixa e Diego para consegui recursos para viabilizar estas compras e construções.
A Orquestra Experimental Oswaldo Tiso preparou um repertório especial para este grande momento. Eles ocuparam a frente do prédio enquanto o público ocupou cadeiras colocadas na rua.
Conservatório Gileno Tiso
Fundado em 03 de julho de 1987, pelo então prefeito Antônio Carlos Mesquita. Começou a funcionar na Travessa d’Aparecida, no antigo Seminário. A frente na direção começou o professor Wilson Salles e o primeiro professor foi o saudoso Jaime Abreu.
Ao longo dos anos, o Conservatório desenvolveu vários trabalhos ligados à comunidade diminuindo a carência cultural e promovendo a integração social de todo o povo. A Escola passou por vários endereços. Atualmente conta com cerca de 700 alunos que frequentam os cursos de violão, violino, viola de arco, viola caipira, violoncelo, contrabaixo, piano, teclado, flauta doce, flauta transversal, saxofone, bateria, guitarra, canto individual, percepção musical, prática de conjunto, musicalização, coral infantil, prática de conjunto, além de um projeto de inclusão em parceria com a Apae de Três Pontas.
No seu corpo docente são 21 professores que se revezam em três turnos, além de dois secretário, duas auxiliares de serviços gerais, um regente de orquestra e arranjador, um vice diretor e uma diretora.
