A Cocatrel está realizando ciclo de palestras com temas importantes aos seus cooperados. Nas filiais da cooperativa em toda a região, como Coqueiral, Nepomuceno, Santo Antônio do Amparo, Ilicínea, Campos Gerais, produtores estão tendo a oportunidade de receber informações importantes para suas propriedades e seus negócios.
No seu Auditório da sua sede administrativa em Três Pontas, o tema foi a raiva bovina, já que casos da doença foram registrados recentemente em duas propriedades no município, nas regiões da Charneca e dos Pinheiros. O médico veterinário do Departamento Técnico, Antônio Celso Pelaquim, destacou a iniciativa da cooperativa, levando conhecimento e outros temas que são fundamentais aos cooperados.
O principal momento do encontro, foi com fiscal agropecuário e médico veterinário da Coordenadoria Regional de Varginha do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Alexandre Francisco Amaral Arantes.
A doença é transmitida por um vírus letal, que mata bovinos, equinos e caprinos e que também é transmitida aos seres humanos que tem contato com o animal infectado. Os bovinos são acometidos através da mordedura dos morcegos hematófagos, que estão contaminados. Quando o morcego está contaminado com a raiva, ele morde o gado, geralmente no pescoço, mas pode ser em qualquer outro lugar do corpo e transmite o vírus, por isso, os produtores precisam ficar atentos aos sintomas que os animais apresentam. Eles podem estar agitados e indóceis, fracos ou paralisados, e podem não demonstrar qualquer medo de pessoas. Animais noturnos, como os morcegos, podem estar fora durante o dia. Os morcegos podem emitir ruídos incomuns e ter dificuldade para voar. A orientação é não se aproximar de um animal e procurar orientação técnica, no caso, um médico veterinário.
Os sintomas da raiva surgem quando o vírus da raiva chega ao cérebro ou à medula espinhal, geralmente entre 30 e 50 dias depois de a pessoa ter sido mordida. No entanto, esse intervalo pode variar de 10 dias até mais de um ano. Quanto mais próxima do cérebro for a mordida mais rapidamente surgirão os sintomas.
Os animais com raiva podem permanecer doentes durante várias semanas antes de morrer. Nesse período, podem propagar a doença. O vírus da raiva, presente na saliva do animal contaminado, é transmitido quando um animal morde ou, raramente, quando lambe um outro animal ou pessoa. O vírus não pode passar pela pele intacta. Só pode entrar no corpo por uma picada ou outra rachadura na pele ou pelo nariz ou pela boca, quando são inaladas várias gotas contaminadas.
Segundo o coordenador do IMA, já são vários os casos sendo registrados na regional de Varginha, que abrange por 43 municípios. Ainda segundo ele, a situação da raiva bovina encontra-se equilibrada, mas a indicação é que todos os produtores vacinem todo o tipo de rebanho. A vacinação de bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equídeos é obrigatória em Minas Gerais, porém, não é regulamentada, por isso, o Instituto não cobra a vacinação, sendo opcional, mas todos aqueles que vacinarem deve declarar ao IMA.
As propriedades vizinhas aos locais onde foram confirmados os casos, foi feito a investigação para se descobrir como o caso surgiu e foi recomendado que eles vacinem seus animais. Médicos veterinários foram até as propriedades para colher amostra do cérebro dos animais mortos para exames.
Secretaria de Saúde é notificada e faz o bloqueio
A Secretaria Municipal de Saúde é notificada pelo IMA. De acordo com a coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Lara Miranda Silva, o Município contacta as pessoas que tiveram contato com o animal, para verificar se eles tem algum ferimento ou colocaram a mão na boca do rebanho, antes mesmo de se ter o resultado do exame. Ele é avaliado por um médico que avalia a indicação de um soro e vacina, fazendo um trabalho preventivo, pois conforme afirmou Lara Silva, o exame pode demorar dias para chegar o resultado. Por outro lado, a doença tem extrema letalidade, sendo apenas duas pessoas no mundo que sobreviveram a doença.
A bióloga Sebastiana Aparecida da Silva, especialista em Vigilância em Saúde Ambiental pela FIOCRUZ/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora do Setor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, acrescentou que o bloqueio às medidas de prevenção à saúde humana, uma das formas é a vacinação de cães e gatos da propriedade, afim de evitar que a raiva humana atinja algum morador.