Por Loui Jordan
A Onda Vermelha com outro nome, ou melhor, Onda Roxa, será prorrogada até o dia 04 de abril, segundo o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti. Embora não seja uma questão apenas política, pelo contrário, a decisão acaba passando pelo crivo político, sendo assim, vale salientar que quem pagará a conta no final da história, é o povo. A medida é importante e cheia de boas intenções, sem ironia, no entanto, os critérios seguem injustos, a impunidade segue vagando por aí, alguns setores essenciais seguem descartados, a polícia e os fiscais seguem sendo cobrados, sendo que não possuem culpa pelo pequeno contingente fiscalizador e a ,ausência de punição séria, e pra encerrar, os caciques de Brasília não abrem mão de seus privilégios financeiros e aí cabe a pergunta: como engajar essa questão de precaução e consciência sendo que quem está em cima sequer dá o exemplo?
No país onde o Big Brother Brasil é essencial e serviços prestados por bares e academias não são baseado em critérios injustos absolutamente refutáveis, mais um capítulo preocupante e para alguns, revoltante, aconteceu, mais precisamente em Minas Gerais. Com a decisão do Governo do Estado ampliar os dias de vigência da onda roxa até 04 de abril, fica nítido que os comerciantes e outros trabalhadores serão prejudicados, enquanto as tais aglomerações facultativas com enredo de festa, não serão tão punidas como deveriam ser, se é que serão punidas.
Evidentemente que os serviços que foram restringidos, de fato potencializam fluxos de pessoas, mas outros serviços também potencializam, não existe lugar imune ao vírus, isso também não significa que nada deve ser feito. O Brasil se encontra em um cenário de desobediência civil, é verdade que boa parte da população não colabora, mas o Presidente da República não é bom exemplo de colaboração no que tange a consciência, assim como muitos políticos não são, ainda existe muita hipocrisia e pouca eficácia. Essas medidas paliativas, tem um efeito prático que será observado aos poucos e daqui algumas semanas, mas o problema é que os punidos seguem sendo em sua maioria, os trabalhadores.
Para piorar de vez a questão, o Brasil está sendo observado com olhares críticos no exterior. O país da ordem e do progresso era até o começo deste mês de março, o 2º com mais restrições para a entrada de viajantes no exterior. Isso é um recado óbvio, o Brasil não tem conseguido estancar essa sangria ocasionada pelo Novo Coronavírus, as estratégias políticas naufragaram, os projetos políticos são escassos, para não dizer que não existem e as medidas são absolutamente para “inglês ver”. Ao todo, como já foi dito, até o início deste mês, 17 países barraram a entrada de pessoas cujo o voo passou em território brasileiro, mesmo a pessoa testando negativo, a nova variante do vírus é um fator que preocupa os estrangeiros.
Para finalizar, duas coisas importantes. Muitos dos problemas nos circuitos de saúde e até em questões socioeconômicas foram agravados pela pandemia, entretanto, estes problemas são rotineiros no Brasil, só ficaram mais escancarados e dificultaram ainda mais o atendimento pelas prioridades estabelecidas, essas no caso com certa razão. Outro detalhe, a falta de consciência é também de responsabilidade da tacanha cultura educacional e comportamental que existe neste país, o Brasil em desempenho, considerando seu tamanho e mortes por milhão de habitantes, não é o pior, mas a gestão política na pandemia, de boa parte dos políticos e das “estratégias” de restrições que costumam não funcionar, também têm que pesar na balança, até o momento, é só o povo de bem que está sendo prejudicado. O Brasil é tachado de pestilento, parte do povo de insensível ou até irresponsável, e parte dos políticos? Quem vai pagar a conta como sempre, é a população.