

Família espera fim do sofrimento que se arrasta a 15 anos com a condenação do acusado, que tramou a morte da adolescente e executou com requintes de crueldade
Está marcado para amanhã quinta-feira (28), a partir de 8h30, no Fórum Dr. Carvalho de Mendonça, em Três Pontas, o julgamento do produtor rural de 35 anos, acusado de matar em 2010, a adolescente Thaís Alves Carolino, de 16 anos, com quem ele mantinha um relacionamento e estava grávida. O caso, que já completa 15 anos, ganhou grande repercussão na época e o júri popular está cercado de expectativa, já que o julgamento foi adiado por quatro vezes.
De acordo com as investigações da época, o réu teria confessado à polícia que matou Thaís após descobrir que a gravidez dela seria de outro homem. Ele ainda apontou a participação do irmão, que na época tinha 16 anos, e de outra adolescente de 15 anos, que era amiga de Tais e teria sido contratada para atrair a adolescente, alegando um encontro e depois teria participado da sessão de tortura na zona rural com requintes de crueldade até a sua morte. O corpo da vítima foi encontrado dias depois, preso a galhos no Ribeirão da Espera, entre Três Pontas e Varginha.
A última tentativa de realizar a sessão foi no dia 7 de agosto, mas foi cancelada e transferida para o fim do mês após pedido da defesa. O advogado do réu Dr. Dalton Braga havia sido contratado dois dias antes da data marcada e alegou não ter tido tempo suficiente para estudar o processo. Ele exigiu a medida cautelar que teria determinado a prisão do seu cliente. Sendo negado o prazo para estudar a medida, Dr. Dalton abandonou o caso em Plenário e o júri foi cancelado. A decisão frustrou a família de Thaís, que aguarda há anos pela conclusão do caso.
O acusado chegou a ficar seis meses preso em 2010, mas respondia em liberdade até este mês, quando foi novamente detido. Segundo a Polícia Civil, ele estaria tentando atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas. Durante a prisão, ocorrida no dia 5 de agosto, ele tentou fugir em um carro, bateu em uma viatura policial e só foi contido após perseguição. Os policiais precisaram atirar nos pneus do veículo.
Além do mandado de prisão preventiva, ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio contra policiais, resistência à prisão, desobediência, direção perigosa e dano qualificado.
A defesa nega a participação dele no crime e sustenta que os verdadeiros responsáveis seriam as duas pessoas menores de idade citadas no inquérito.
A expectativa é de que o júri seja realizado sem novos adiamentos, trazendo um desfecho esperado há mais de uma década pela família da vítima e pela comunidade de Três Pontas.
