*Em entrevista coletiva e bastante informal à imprensa, Mário Henrique ‘Caixa’, disse  que Três Pontas não perdeu um deputado, mas tem agora um deputado e um secretário 

Denis Pereira – A Voz da Notícia

O trespontano Mário Henrique Silva, o Caixa, eleito deputado estadual pelo PCdoB, trocou em 16 de abril, o Poder Legislativo pelo Executivo de Minas. O parlamentar aceitou o convite do governador Fernando Pimentel (PT), para assumir a Secretaria de Estado de Turismo.

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A secretária adjunta Silvana Nascimento, Caixa e seu chefe de gabinete, o trespontano Rafael Mendonça

Ao dizer sim ao convite, diretamente ao governador Pimentel, Caixa ouviu que terá suas demandas atendidas, para cumprir o compromisso que fez com Três Pontas e as outras 683 localidades de Minas Gerais, onde obteve votos, para o seu segundo mandato. Mesmo na Secretaria, quer como fez no seu primeiro mandato, continuar ajudando entidades como o Hospital São Francisco de Assis, a Apae, a Vila Vicentina, Entidade Renascer e outros segmentos através de emendas.

Assim que assumiu a pasta que considera importante, o deputado licenciado agendou uma visita a Três Pontas realizada na tarde desta terça-feira (28). Se justificando, afirmou que o encontro foi marcado com os veículos de comunicação para demonstrar mais uma vez seu carinho, amor e gratidão que tem por sua terra natal, que o fez majoritário com 16.499 votos em 2014. Com liberdade para formar sua equipe, ele apresentou aos trespontanos a Secretária Adjunta Silvana Nascimento, que está a sete anos no cargo e o Chefe de Gabinete, também filho da terra, Rafael Mendonça.

No Auditório da Cocatrel, algumas autoridades compareceram, o prefeito Paulo Luis Rabello (PPS) diretores da Cooperativa e vereadores. Depois de fazer uma breve explanação dos motivos que o levaram a aceitar o cargo, ele foi sabatinado pelos jornalistas. Perguntas e respostas foram ouvidas pelos amigos.

Em seguida, o mais novo secretário do governo petista abriu espaço a perguntas, comentários e demandas, principalmente da área ligada ao turismo religioso e ao café.

Como é assumir este novo desafio?

A gente chega agora na Secretaria de Turismo, uma pasta extremamente positiva e interessante. Podíamos até ser uma secretaria maior, como a saúde e educação, mas talvez eu nem topasse o desafio. O turismo nos entusiasma, move a nossa mente e imaginação no sentido de que a gente pode fazer muitas coisas pela sociedade, pelo Sul de Minas e por Minas Gerais. O turismo envolve muito mais coisas do que as pessoas imaginam.

01Três Pontas e região não perde com a sua ida para a Secretaria de Turismo?

Eu acho que não. É importante a gente esclarecer isto para os trespontanos. Eu não deixo de ser deputado, eu continuo sendo deputado e sou secretário. A gente não perde um deputado e sim ganha um secretário. Tanto é que o governador Pimentel fez comigo o compromisso de atender as minhas emendas. Eu acredito na palavra dele, que foi o melhor prefeito da história de Belo Horizonte, um homem capaz. Está sendo até cobrado demais com apenas quatro meses de governo. Tem montado uma equipe capaz de dar conta do recado. Eu acredito que Fernando Pimentel vá fazer para Três Pontas para que possamos continuar investindo na Cidade. Este é um compromisso meu e eu seria muito irresponsável até, se abrisse mão de ser deputado para ser uma coisa que fosse pior. É importante dizer que eu estive na reunião do Fornatur, que é o Fórum dos Secretários Nacionais de Turismo e o secretário de São Paulo, é o deputado federal Roberto de Lucena. Se fosse uma coisa ruim, ele também não teria deixado de ser deputado federal para ser secretário de Turismo. A gente assume uma pasta importante, com responsabilidade, sem esquecer hora nenhuma da responsabilidade que a gente tem, principalmente com Três Pontas.

Equipe Positiva) O que pesou para você assumir o convite?

O que pesou foi o convite do governador. Eu acho que quando você entra na vida pública, você respeita as pessoas, trabalha e se dedica. E governador não convida, ele convoca. Quando o governador me chamou eu atendi de pronto. É uma pasta nova, mais eu sou homem de coragem, sou de Três Pontas e encaro este desafio. Eu também nunca tinha sido deputado, o que foi algo novo para mim. Vou me dedicar muito, igual me dedico a minha vida profissional, para honrar e ser um grande secretário para Minas Gerais. Vejam só que na Assembleia Legislativa, somos 77 deputados, nas secretarias somos 20. E eu acho que também ganho na aproximação com o governador. Uma coisa é estar na Assembleia e marcar uma audiência com o governador. Outra é estar na Cidade Administrativa a 50 metros dele. Ontem mesmo eu fui chamado pelo vice governador Antônio Andrade. Conversamos por cerca de 40 minutos. Falamos de várias questões e eu fui insistente ao pedir ajuda para a MG 167. Disse a ele que estão morrendo gente todos os dias. Expliquei que por ela tudo quanto é tipo de grãos de várias regiões, como por exemplo o café, os veículos que transportam estudantes, os trabalhadores que trabalham em Varginha… Eu cansei de ir no Anastasia. Na primeira semana quando assumi como deputado eu fiz visita ao deputado federal Odair Cunha, mostrei para ele que a rodovia está matando. Nós vamos ganhar muito com esta aproximação com o governador. Eu estou me sentindo muito a vontade na Cidade Administrativa, acho até que o Executivo é muito mais a minha cara do que o Legislativo.

De que forma Três Pontas pode explorar esta sua disponibilidade e vontade de fazer?

Três Pontas como sempre vai me trazendo demandas. A gente chega numa pasta nova e acho que aqui precisamos começar pelo turismo religioso. Acho que Padre Victor merece mais carinho, além das nossas orações, Ele estava no meu gabinete na Assembleia e está comigo na minha mesa agora na Cidade Administrativa. A Expocafé é feita por causa de muita força dos cafeicultores e da Cocatrel, e as vezes sem muito incentivo do governo. No Pontalete a gente só não vai conseguir fazer chover, mas o resto vamos tentar para melhorar o nosso ponto turístico. Vamos trabalhar para trazer soluções.  Mas os outros setores, o prefeito Paulo Luis, vamos continuar ajudando no que tiver ao meu alcance. Não estou ajudando o Paulo Luis, não to ajudando a Apae, a Vila e sim os meus conterrâneos.

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Equipe Positiva) Apesar de ser do PCdoB, partido aliado do PT, foi noticiado pela imprensa de Belo Horizonte que uma ala do partido foi contra a sua nomeação, pelo fato de você não ter trabalhado pela eleição nem de Pimentel e nem de Dilma. Em entrevista ao jornal Correio Trespontano, você chegou a dizer que estava preocupado com a sua eleição. Isto criou algum mal estar com a equipe do novo governo?

Na política as vezes existem algumas interpretações equivocadas. Quando se noticiou que eu não apoiei o Fernando Pimentel, eu fui bem claro em uma entrevista no jornal Estado de Minas e falei que desafio alguém do PT trazer um santinho, um cartaz, uma faixa ou uma peça publicitária de internet que tenha eu com o Pimenta da Veiga, com o Aécio ou Anastasia. Isto não teve. Pode se ter a reclamação que eu não fui Pimentel doente, mas também não estava do outro lado. Teve um evento que eu fui acompanhando o Dinis Pinheiro [candidato a vice na chapa de Pimenta da Veiga], na inauguração do Comitê Metropolitano de Belo Horizonte. Se você reparar nas fotos eu estou sem bóton. Isto foi uma coisa que eu ainda não tive oportunidade de falar. Foi meio uma pegadinha do presidente do Atlético Alexandre Kalil. Ele me chamou na casa dele as 8 horas da manhã. Quando eu cheguei lá, ele estava tomando café com Dinis Pinheiro. O Kalil com aquele jeitão me chamou para ir com ele, pediu que eu entrasse no carro e eu fui. Quando cheguei no lugar era a inauguração do Comitê. Em nenhum momento eu fiz discurso ou pedi voto. É claro que o Fernando Pimentel é um homem inteligente e soube assimilar isto. Eu realmente num primeiro momento sofri um bombardeio do PT e tive que reconstruir o meu nome junto ao governador. Eu tinha informações que ele viajando na campanha, no avião para quatro pessoas, três estavam falando mal de mim e ele escutando. Nestes três meses, acho que reconstrui bem, porque nós já estamos inclusive falando em 2016. Teremos um ano eleitoral ano que vem e eu vou participar efetivamente da eleição aqui em Três Pontas. Eu seria até muito irresponsável se não participasse, pois tive quase 17 mil votos dos trespontanos que confiam na política e em mim de que as coisas podem mudar. Eu estarei presente efetivamente no processo eleitoral daqui e possivelmente em Belo Horizonte, onde também fui o mais votado. Se você juntar os deputados estaduais e federais, eu perdi somente para o Patrus, ex-prefeito da Capital. A minha preocupação principal é Três Pontas e aqui vou participar.

Equipe Positiva) Existem comentários de que você pode lançar um nome ano que vem para disputar a Prefeitura de Três Pontas. Isto é verdade?

Isto é muito prematuro. O que posso dizer por enquanto é que vou participar efetivamente. A gente tem uma relação muito boa com o prefeito Paulo Luis, uma pessoa competente e honesta. Mas eu preciso ouvir os outros setores da sociedade e principalmente os meus quase 17 mil eleitores. No momento certo a gente vai apoiar quem a gente achar melhor para Três Pontas.

A Prefeitura de Belo Horizonte é algo que você almeja?

Eu não sei se posso falar muita coisa da minha conversa com o governador, mas eu sou do grupo dele agora eo  entendimento que se tem é quem estiver na frente, melhor pontuado e as melhores propostas para Belo Horizonte será o candidato. Hoje eu não tenho este sonho de ser prefeito, mas se for a vontade do povo …

O deputado anunciou ainda no seu primeiro mandato em uma visita ao prefeito Paulo Luis, que estaria disponibilizando grande parte de suas emendas para a construção de uma UTI Neonatal no Hospital São Francisco de Assis. Estes recursos já foram liberados?

Eu falei com o governador sobre isto também. Eu tenho R$1,5 milhão em emendas, era R$1 milhão para a UTI Neo, que não foi pago pelo governo anterior. Eu vou empenhar de novo e espero que ele[Pimentel] me ajude a cumprir. Mais eu estou muito feliz por saber que a reforma do Ginásio Coberto vai ser inaugurado com verba do Caixa e claro com o esforço do nosso prefeito.

Mensagem que deixa aos trespontanos

A minha mensagem é de alegria e otimismo. Vamos parar de fazer política com raiva e ódio. Eu sou de Três Pontas e não tem como negarem isto. Gostando ou não de mim eu nasci na Santa Casa de Misericórdia, morei na Rua Camarão, estudei no Cônego Vitor e no Estadual. Me respeitem, eu sou de Três Pontas e tenho muito orgulho disso. Deixo bem claro que Três Pontas tem um deputado, ganha um secretário, ganha Minas e muito mais a nossa cidade, porque vamos fazer um grande trabalho e continuar ajudando o Município.

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