

A Polícia Civil de Três Pontas realizou uma operação que resultou na apreensão de substâncias ilícitas e na prisão de um jovem de 24 anos. A ação foi realizada a partir do cumprimento de seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, em um trabalho que teve início após o recebimento de informações repassadas pelo setor de Inteligência dos Correios.
Segundo as investigações, o setor identificou uma possível remessa de tetracaína — substância controlada pela Polícia Federal e conhecida por ser utilizada para adulterar a cocaína, aumentando o volume da droga e, consequentemente, o lucro obtido com a venda. A partir dessas informações, investigadores da Delegacia de Três Pontas levantaram diversos endereços ligados ao jovem, suspeito de ter assumido um ponto de venda de drogas no bairro Santana após a prisão do seu irmão, conhecido no meio policial por envolvimento com o tráfico.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Dr. Guilherme Banterli Moreira (foto), as buscas realizadas em três dos endereços apontados resultaram na apreensão de diversas substâncias ilícitas. Em dois deles, foram encontradas porções de tetracaína. Mesmo sem ser cocaína propriamente dita, a posse de tetracaína, por ser considerada insumo para o preparo da droga, configura o crime de tráfico de drogas por equiparação, que prevê as mesmas penas aplicadas ao tráfico tradicional.
Além da tetracaína, na residência do investigado a Polícia também localizou uma arma de fogo em estado de conservação bastante precário. Apesar da deterioração, exames periciais confirmaram que a arma permanecia com poder de fogo, levando ao indiciamento do jovem também pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
Outro local vistoriado pela Polícia Civil funcionava como ponto de venda de drogas. No imóvel, foram encontradas porções de maconha e cocaína, balanças de precisão e diversos materiais utilizados para preparo, embalagem e comercialização das substâncias.

O jovem acabou sendo preso em flagrante no local onde trabalhava, após monitoramento da equipe policial, que acompanhou a entrega da encomenda feita pelos Correios. Ao receber o pacote, constatou-se que se tratava novamente de tetracaína. Segundo a Polícia, esta não era a primeira vez que ele utilizava o mesmo método para receber a substância.
Durante o interrogatório, realizado na presença de advogado, o jovem alegou que usava a tetracaína para consumo próprio, como substituto da cafeína. Sobre as drogas encontradas nos endereços ligados a ele, afirmou que pertenciam a outra pessoa que também residiria no local, mas com a qual disse não ter qualquer vínculo. Em relação à arma, declarou que a havia adquirido há muito tempo, que não a utilizava e que sequer lembrava de sua existência.
A prática de misturar tetracaína à cocaína é comum no meio do tráfico, já que o pó branco tem aparência semelhante à droga e não possui gosto característico, dificultando a detecção da adulteração.
As investigações seguem para apurar o envolvimento de outras pessoas e dimensionar a atuação do jovem no tráfico local. O suspeito foi levado para o Presídio da cidade, onde permanecerá a disposição da justiça.