MAYCON VITOR FIGUEIREDO
31 ANOS – REPRESENTANTE COMERCIAL

58 DIAS INTERNADO
48 DIAS COM FEBRE INTENSA
23 DIAS ENTUBADO
PEGOU TRÊS BACTÉRIAS MULTI RESISTENTES
SOFREU TRÊS PARADAS CARDÍACAS
TEVE 98% DE SUA TRAQUÉIA FECHADA

Em uma manhã de sábado, no jardim da sua, casa no bairro Jardim das Acácias, o representante comercial de 31 anos, Maycon Vitor Figueiredo, nos recebeu junto com seus pais para nos contar uma história que parece ser até um filme, cujo o artista principal pode agora respirar com alegria, porque o final é feliz. Sua trajetória é real, enfrentou a Covid-19 e serve de inspiração para muita gente. Ele venceu a doença que matou milhares de pessoas, mas não é simplesmente assim que resumimos a sua vida no último ano.

O rapaz lutou durante 8 meses pela vida, foi desenganado pelos médicos, mas encontrou Deus nas orações que ele e sua família fazia, principalmente a mãe, que também pegou o Coronavírus e se internou em um dos leitos de UTI. Dona Maria Aparecida revela que nem pensava muito em si, mas na recuperação de seu filho e hoje não tem dúvidas de que ele é um milagre de Deus. Por isso, relatamos o caso de Maycon na nossa série de entrevistas “Covid-19 2 anos”.

Começamos a contar esta história em 17 de maio de 2021, no Dia das Mães. Naquele dia do tradicional almoço para celebrar a vida da sua genitora, Maycon começou a sentir uma falta de ar. Achou inicialmente que era coisa normal, mas isso durou alguns dias. Porém, a situação foi se agravando e ele decidiu procurar o Pronto Atendimento Municipal (PAM). Aquele era o ápice da pandemia em Três Pontas. Ele precisava ser internado, mas não tinha vaga. Permaneceu por dois internado no PAM e seu quadro de saúde só piorava. E como ele é era muito ansioso, isto foi sendo um agravante. Depois conseguiram uma vaga no Hospital São Francisco de Assis em Três Pontas. Ele usou a máscara e depois o capacete de oxigênio para melhorar a respiração.

Foi assim até chegar ao ponto que a equipe médica resolveu que Maycon precisaria ser entubado. Transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ficou 23 dias entubado, Neste período, ele sofreu três paradas cardíacas, pegou três bactérias multi-resistentes, teve 48 dias de febre intensa que não baixava por nada, algumas demoraram 15 dias para ser combatidas. Foram longos 58 dias no total de internação.

Quando deixou o leito saiu com uma extenose, que é o fechamento da traquéia. A traqueostomia serve como uma alternativa segura para que ele conseguisse respirar. Para quem não entende o que é, Maycon exemplifica que é um caninho que vai na garganta e ajuda a respirar. O método aumentou durante a pandemia da Covid-19, uma vez que, quem é acometido pela doença, pode ter complicações respiratórias. Mesmo assim, a situação foi se agravando e o rapaz precisou recorrer à Secretaria Municipal de Saúde.

Maycon foi submetido a exame e soube que sua traqueia estava com 50% fechado. Mais dias se passaram e isto foi agravando dia após dia. E você acha que a situação não podia piorar? Pode sim. Passado alguns dias sua traqueia fechou 80%. Tudo que ele fazia roxeava os dedos, consequência da falta de ar. Quando chegou em um especialista em Belo Horizonte, estava em 98%. Algo impossível de acontecer, tanto que naquele momento a mãe dele foi chamada e o médico a revelou que Maycon já podia se considerar um milagre de Deus. “Foi muito difícil para a medicina e ouvimos que não havia mais nada a que se fazer comigo”. O estado de saúde dele foi gravíssimo, tanto que o médico chegou a anunciar que ele não falaria e nem andaria.

Ele precisava ser submetido a um tratamento cirúrgico. Foi na época em que ele ficou 58 dias no quarto, internado e sentindo febre ininterruptamente. Os médicos diziam que precisava de três dias sem febre para que o tratamento fosse realizado.

Maycon foi submetido a uma cirurgia e havia duas opções. Ou tirava um pequeno osso da costela e colocaria como prótese e ficaria mais um tempo de traquio, não conseguindo falar durante um período ou a cirurgia definitiva. Eles optaram pelo procedimento definitivo. E Deus é tão grandioso, conta o representante comercial, que hoje está completamente curado, não tem nenhuma sequela, fala e anda normal.

O rapaz faz questão de ressaltar que a cirurgia não é realizada e nem custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi particular e paga pela Secretaria de Saúde. “Os profissionais de lá foram fundamentais para que eu tivesse aqui hoje podendo contar esta história”. Algumas das pessoas que estiveram mais próximas dele neste período foi a sub secretária de Saúde Geovania Rabello Pereira que lhe deu total suporte, juntamente com a servidora da secretaria Rafaela Schiavon Nogueira e a secretária de Saúde Teresa Cristina Rabelo Corrêa.

Como se não bastasse tudo isso, a mãe de Maycon, a Dona Aparecida Ferreira Figueiredo, certamente pegou Covid-19 do filho, também foi internada na UTI. O estado de saúde dela não se agravou tanto como o dele, mas ela iniciou sua internação no PAM, onde também ficou dois dias aguardando vaga. Depois de ver o filho naquela situação, piorando a cada dia, ela também foi para o quarto e com a saturação caindo foi parar na UTI ao lado de Maicon e também sendo cuidada pela equipe do Hospital São Francisco de Assis. Mas como todo instinto de mãe sempre prevalece, ela hora nenhuma preocupou com si mesma – queria era ver o filho longe dali hospital. “Só preocupava com o meu filho. Naquela turbulência eu orava muito para Deus, para que estivesse conosco”,” retrata Maria Aparecida. Foram no total 12 dias internada, entre o PAM e o Hospital”.

Maycon Vitor, a mãe Dona Maria Aparecida e o pai Urbano de Souza de Figueiredo

Ele só soube que sua mãe também esteve lá e também ficou mal, quando Maycon deixou o hospital. “Eu pedia que se o Senhor fosse levar ele, que fizesse a sua vontade, mas se for para devolvê-lo que fosse sem sequelas”, relata a mãe.

Dona Maria Aparecida teve depressão, pós Covid-19 e entrou em pânico, passou por tratamento e considera que está vencendo. Antes de terminar, a mãe destaca com alegria e satisfação, a ajuda que recebeu da Prefeitura, através dos anjos das “meninas da saúde”.

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